A Entrevista MPB do
Ano.
Lino Tavares
No lançamento desta coluna, destinada a destacar astros emergentes da Música Popular Brasileira, temos como entrevistada a cantora mineira Bruna Braga, que se tornou conhecida no Brasil, participando do quadro 'Quem sabe canta, quem não sabe dança', do programa 'Raul Gil', na TV Record em 2004.
Com excelente performance, a brilhante caloura tornou-se
finalista do programa, interpretando clássicos
da MPB como Codinome Beija-flor, O Bêbado e o Equilibrista, Chão de Giz,
e o famoso fado Foi Deus, sucesso da cantora portuguesa Amália Rodrigues, cuja
interpretação sui generis a todos
emocionou. Muito afinada e com uma postura de palco invejável, a jovem cantora foi considerada por jurados e
críticos musicais uma das mais gratas revelações daquele ano.
Depois dessa passagem marcante na televisão, Bruna continuou sua trajetória artística em
Belo Horizonte, onde formou, mais tarde,
com a também ex-caloura Keyla Vilaça, a Dupla Bruna & Keyla, gravando CDs
com composições próprias e realizando shows naquela região. Em meados do ano passado, a Dupla participou com
êxito do Quadro Mulheres que Brilham, do
Programa Raul Gil, no SBT, do qual se tornou vencedora, assinando contrato de
um ano com a Gravadora Sony Music, onde gravou
um CD, que será lançado nos próximos dias.
Bruna Braga
nasceu em Belo Horizonte, em uma família de classe média alta, sendo formada em
Jornalismo pela Universidade de Salvador-BH. Aos dez anos, revelou sua vocação
para a música, iniciando a cantar lírico na Igreja. Estudou piano clássico e teatro,
tornando-se solista mirim do Palácio das Artes, com doze anos de idade. Na
adolescência, trabalhou com artistas
conhecidos da música mineira, como o famoso violinista Beto Lopes. Depois
dessas experiências nos meios artísticos, Bruna volta a brilhar nacionalmente,
agora como integrante da dupla Bruna & Keyla, uma das mais promissoras do
gênero Sertanejo Universitário.
No final da
entrevista, ouça a música "Chão de Giz", considerada por Bruna sua
melhor interpretação como caloura do programa "Raul Gil", em 2004.
A Entrevista com Lino Tavares
Com que idade você percebeu sua vocação para a música?
Desde bem pequena, cinco, seis anos...
escutava música clássica e imitava
as cantoras dos CDs, mas a música
realmente entrou na minha vida aos dez, quando comecei a cantar no Coral
Infantil da minha igreja.
Que cantor ou cantora lhe inspiram na carreira?
Comecei me inspirando em Montserrat Caballe
, Emma Shapplin, Maria Callas. Mais tarde quando comecei a cantar popular me
inspirei no Fredie Mercury, Daniela Mercury, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Milton
Nascimento.... foram alguns.
Estudar música foi para você uma tarefa fácil?
Não estudei
muito música, sou autodidata no piano. Estudei pouco mais de um ano o
instrumento e voltei a estudar agora, porque acompanhar-se é muito diferente de
quando tocava partitura. Canto estudei
quando estava mais velha, com vinte e dois anos mais ou menos...fiz dois anos de
canto lírico.
Quem foi seu maior incentivador, ou incentivadora, nessa
opção pela música?
Eu sempre quis isso, trabalhar e viver da música, mas com
certeza meus pais, principalmente minha mãe, foram muito importantes para que eu
seguisse esse sonho! Eles sempre acreditaram em mim.
Como você se sentiu quando pisou pela primeira vez no palco
do Programa Raul Gil como caloura?
Nervosa! RS! Muuuuuuito nervosa! RS! Não
acreditava que estava lá... pensei: estou ficando louca! Como vou competir com
esses cantores e cantoras tão competentes? Foi uma experiência muito
gratificante e fortalecedora!
Em qual das músicas cantadas no Programa Raul Gil, em 2004,
você se sentiu mais segura de si?
Chão de Giz com certeza! Tenho uma paixão por
essa música indescritível e sempre que podia cantava ela!
Você acha que os critérios de julgamento dos programas de
calouro são justos e adequados?
Acredito que gosto é muito pessoal.... e claro que isso
acaba influenciando cada jurado. Também vale o fato de que somos humanos e
sempre existe aquela pessoa que você simpatiza mais, não adianta querer afirmar
que os jurados de qualquer tipo de programa são imparciais... é impossível isso!
Mas oque precisa ter é bom senso, ética e principalmente entender o assunto
pelo qual você foi designado a julgar.
O que representa para você dividir o palco com Keyla Vilaça, constituindo a dupla feminina
mais promissora do Brasil?
A Keyla para mim é muito mais que uma parceira, ela é
uma amiga, uma pessoa que admiro e adoro! Cantar para agente, estar no palco, é
ficar alegre, a gente se diverte com aquilo, é natural... amamos estar ali! E
dividir o lugar que mais amo com uma pessoa que tem talento e que ama a música
tanto quanto eu.... é a melhor coisa do mundo!
Se não fosse cantora, você se dedicaria ao jornalismo, no
qual é diplomada?
Com certeza se não estivesse conseguindo me sustentar com a
música trabalharia com o jornalismo, mas
cantaria por hobbye! Kkkkk... largar a
música jamais! O jornalismo que gostaria de fazer é o social, trabalhei um ano
com um projeto voltado para o terceiro
setor e quero voltar a fazê-lo.
Como você descreveria o ambiente encontrado na Sony Music,
onde gravou o recente CD da Dupla Bruna & Keyla?
Maravilhoso! Fomos
recebidas com muito carinho e respeito na Sony! Toda a equipe da gravadora é
muito competente,profissional e as pessoas que cuidam diretamente da nossa
carreira são extremamente carinhosas e especiais!
A que você atribui a vitória de Bruna & Keyla no quadro
Mulheres que Brilham?
Acredito que além de sermos artistas competentes, somos
um produto diferenciado, que o mercado musical está interessado. Está faltando
uma dupla feminina no cenário fonográfico e isso é interessante para a
gravadora... além de sermos compositoras, instrumentistas e graças a Deus termos
agradado o público e os jurados. Somos uma dupla comercial, é isso! Indiscutivelmente no programa tinham cantoras com vozes bem
mais potentes e belas que as nossas, como a querida Ludy Rocha, por exemplo,
mas contou ponto a nosso favor a força
do sertanejo atualmente, o mercado e a nossa proposta, que foram interessantes para a gravadora.
Responda suscintamente!
Esporte preferido?
Mountain Bike
Clube do coração?
Atletico Mineiro
Cor preferida? Branco
Número de sorte? Oito
Uma superstição? Não tenho
Prato preferido?
Qualquer massa
Cantor e cantora de todos os tempos: Nacional? Milton Nascimento.
Internacional? Montserrat
Caballe?
Personalidade de todas as épocas: Nacional: Chico Xavier. Internacional? Elvis Presley
Uma viagem inesquecível? As viagens para minha fazenda... são todas especiais!
Passatempo preferido nas horas de folga? Andar de bicicleta
Pessoas que mais tocam seu coração? Os fãs
Uma paixão? A vida
Planos para o futuro? Vivo intensamente o presente
Considerações finais sobre a entrevista.
Obrigada Lino pelo
carinho! Uma das minhas maiores alegrias em trabalhar com a música é o fato dela
me aproximar de pessoas incríveis como você, saber que a minha voz e minhas
composições alegram o dia das pessoas, consolam choros e podem transformar os momentos
em inesquecíveis... é a melhor coisa do mundo!
Vídeo da música "Chão de Giz" (Bruna
Braga)