Rádio On

Alô Vocês, Compositores do Meu Brasil Brasileiro!

Lino Tavares

Embora 99% da população brasileira ignore, transcorreu em 15 de janeiro o Dia do Compositor. Deve-se a esse "operário" da música o que de mais belo e emocionante pode ser produzido no universo dos sons, utilizados como entretenimento, lazer e - por que não dizer? - extraordinária terapia ocupacional.
“De nada valeriam as mais lindas vozes e os mais avançados instrumentos musicais, não fossem as cabeças pensantes dos compositores, que 'garimpam" tons, semi tons, ritmos e compassos, harmonizando-os até alcançar o produto final que chamamos de música, melodia, canção ou algo que o valha.             
Lamentavelmente, a figura do compositor nunca teve, pelo menos no Brasil, o reconhecimento a que faria jus, pelo tanto que contribui para o padrão de musicalidade de sua terra e de sua gente. Exceto - é claro - quando associa a capacidade de compor à arte de cantar aquilo que produziu por obra e graça da inspiração trazida de berço. Mas a notoriedade conquistada, nesse caso, não acontece em razão de ser o compositor daquilo que canta e sim pelo fato de ser o cantor daquilo que compôs.
Entre as aptidões que me couberam por direito, na chegada a este mundo, inclui-se a capacidade de compor, algo que descobri aos 12 anos, quando transformei um sonho em poesia e, poucos dias depois, dei musicalidade ao verso, batizando-o com o nome de "Sonho de Menino". A partir daí, passei a compor músicas de gêneros diversos, tornando-me autor  da canção oficial do 10º Batalhão Logístico do Exército e do Hino do EFIPAN (Encontro de Futebol Infantil Panamericano) , ambos sediados no Rio Grande do Sul.
Postando aqui duas de minhas composições, homenageio todos os compositores e compositoras, que semeiam notas musicais na terra fértil da criatividade musical, para colher o fruto saboroso das canções que embalam sonhos, enternecem espíritos românticos e marcam a vida de milhões de pessoas, fazendo lembrar os momentos mágicos de dias felizes, vivenciados aos som de pérolas musicais que o tempo imortalizou.

SONHO DE MENINO: 


HINO DO EFIPAN:

Marly Marley, Uma História Bonita de "Luz, Câmera e Ação"

Lino Tavares           

O Brasil perdeu neste final de semana uma de suas mais talentosas mulheres do meio artístico, com o falecimento de Marly Marley, que ultimamente integrava o elenco de jurados do Programa Raul Gil, veiculado no SBT. Conquistou, no desempenho dessa atividade,  muitos admiradores que a acompanhavam e a aplaudiam ao vê-la misturar técnica e emoção na apreciação dos calouras, não raro chegando às lágrimas, com relativa facilidade, sempre  que um candidato a cantor, brilhando acima da média,  delineava-se diante de seus olhos como uma pedra preciosa encontrada num garimpo, prestes a  ser lapidada para se tornar uma joia de grande valor.
É claro que nem sempre agradava a todos na sua forma de analisar a performance desse ou aquele candidato,  pois é inerente à missão de julgar o ônus de ter que agradar alguns desagradando  outros. De posse de um currículo repleto de experiências múltiplas, por aquilo que fez e foi na sua trajetória ligada aos meios artísticos, Marly Marley ocupava um espaço de realce na televisão brasileira, deixando entre nós com sua partida,  uma sensação de perda bastante intensa, posto que  já nos havíamos acostumado a conviver com suas análises sábias e suas colocações procedentes, naquelas tardes de sábado embaladas pelos shows de calouros do Programa Raul Gil. Deixou-nos relativamente jovem, mas com um legado de bons exemplos, que podem servir de modelo aos que escolhem o caminho do bem, para alcançar seus objetivos de forma limpa e em função do próprio esforço.

Biografia
Marly Marley era sul matogrossense de Três Lagoas, tendo nascido em 5 de abril de 1938. Casada com o humorista Ary Toledo, a quem se referia sempre com enorme afeto, declinando o grande amor que os fazia um casal feliz e duradouro.
No seu cotidiano de atividades artísticas  e profissionais,  coexistiam o dinamismo da  ex-vedete do teatro de revista dos  tempos áureos do romantismo,  atriz,  diretora de teatro, crítica musical e Jurada de TV, além de professora e psicóloga por formação. Ainda na infância, mudou-se para Lins, SP, cidade que adotou como seu aconchego domiciliar. Apreciava todas as artes, mas era na música que encontrava a essência de sua mais profunda inspiração, tendo por isso frequentado aulas de canto e aprendido a tocar piano e acordeão.
Confessava-se uma apaixonada da arte carnavalesca, com a qual muito contribuiu, participando da gravação de marchinhas que marcaram época. Ultimamente, assinava a produção e direção de peças teatrais, entre as quais destacam-se obras do gênero como O Vison Voador e outras. Entre os vultos famosos com quem atuou, figuram participações em operetas com Vicente Celestino e em comédias com Dercy Gonçalves, Mazzaropi e José Vasconcelos. Estrelou também o filme Chega de Saudade, da cineasta Laís Bodanzky, além de uma produção mexicana e outra alemã.
Na televisão, teve passagem exitosa pelas TVs Tupi, Excelsior, Record e SBT, onde atualmente atuava, ao lado de ícones da MPB, como José
Messias,  no papel de  jurada do Programa Raul Gil, conquistando a admiração de milhões de telespectadores e o carinho de inúmeros calouros, aos quais sempre estendeu a mão, no afã de lhes mostrar o caminha eficaz na busca de um espaço no cenário musical brasileiro. Alguns deles, juntamente com uma telespectadora e uma ex-colega sua do meio teatral, referiram-se à grande mulher e jurada Marly Marley, especialmente para esta matéria,  nos termos que se seguem, por ordem alfabética:

Ex jurada(caloura) do programa Raul Gil Marly Marley, morre aos 75 anos ; Uma pessoa de bom coração e feliz...lutava contra um câncer no pâncreas a tempo e seu estado era muito grave. Não tive a oportunidade de conhecer ela pessoalmente mais Deus receberá uma grande estrela."


" Alguns dizem que o câncer é uma doença da alma, que atinge principalmente pessoas extremamente intensas e emotivas. Acredito que realmente seja verdade, porque ele nos levou grandes divas, como a querida Hebe Camargo e agora a ilustre Marly Maley. Duas divas da nossa TV e rádio, mulheres fortes, emotivas, intensas e apaixonadas pela vida!
Conheci a Marly Marley em 2004, quando fui caloura do Raul Gil por vinte e três programas. Alguns consideraram que ela foi injusta comigo naquela época, eu nada tenho a reclamar. Marly foi Marly, intensa em suas declarações, algumas vezes chorou ao me ver cantar, outras não se emocionou, tinha seus candidatos preferidos, mas sempre respeitou todos. Uma certeza todos tinham, a Marly estaria no júri, independentemente se o dia dela fosse bom ou ruim, sabíamos que ela estaria lá, porque ela amava aquilo! E ela sabia julgar como ninguém, porque fazia com a alma e o coração! Marly era aquele tipo de pessoa que você podia até não concordar com ela, ficar chateado, mas jamais conseguiria deixar de admirá-la e respeitá-la!!!! Ela sempre será a diva do júri feminino brasileiro, ela sempre será eterna em nossos corações!"

A Marly Marley além de uma artista de muito talento era uma pessoa que sempre procurava ajudar seus colegas em situações menos favorecidas. É bom lembrar que ela foi que organizou o espetáculo onde vários artistas trabalharam para o Vianna Junior, nosso colega, que se encontrava doente sem condições de poder trabalhar. Ela era alegre, divertida e muito preocupada com seus amigos . Uma pessoa generosa, caridosa e amiga verdadeira, Deixa imensa saudades. Obrigada pela oportunidade de poder publicamente expressar meus sentimentos e minha grande dor neste adeus a uma amiga que eu respeitava e admirava.

Infelizmente, estamos muita tristeza.  Faleceu a grande artista, mulher forte e guerreira que com seu jeito cativante nos incentivava a querer sempre dar o nosso melhor, não apenas na música, mas em tudo em nossas vidas. Não faleceu apenas a jurada Marly Marley, mas sim a amiga e exemplo de bondade pra todos nós artistas. Soube agora pouco e ainda estou em choque com a notícia! Peço q orem e mandem muita força para os amigos e familiares, e, principalmente ao Ary Toledo que com certeza está sofrendo muito com essa perca. Que o Senhor Jesus possa confortar a todos nesse momento de muita tristeza. DESCANSE EM PAZ, a saudade será grande. Hoje o céu recebe mais uma estrela brilhante. Obrigada por tudo!!...fica na paz!!

"Marli Marley foi um dos grandes nomes no Raul Gil, lembro que desde criança eu me imaginava cantando no programa do Raul Gil e obviamente ela de jurada. Sempre gostei muito dos comentários que ela fazia e sem dúvida fará uma grande falta nesse cenário. Descanse em paz e que Deus conforte os corações dos que ficam!"

Marly era como uma mãe. Ela só queria o bem das pessoas. Eu tenho por ela profunda admiração e amor. Uso até hoje um anel na mão direita, que ela me deu a dez anos atrás. Nunca tirei esse anel do dedo. Ela me presenteou dizendo que me amava muito e que aquele anel era dela e me traria sorte. Uma mulher muito iluminada. Amo muito.

A Marly Marley foi uma grande amiga que sempre me apoiou desde o começo! Uma grande artista, profissional e eu a considerava uma pessoa de caráter magnífico!  Deixou muita saudade!


Conheci a Marly quando tinha 15 anos quando cantei pela primeira vez no Raul Gil e ela se emocionou ao me ver cantar... A Marly sempre foi uma grande mulher... Autentica... Alegre , carismática... Sempre gostei muito dela e fiquei muito triste ao saber da sua partida... Que a Deus esteja sempre com ela.... A Marly vai levar o brilho dela para o céu.... Obrigada Lino por mais essa oportunidade....

A Marly Marley sempre nos tratou como filhas. Ao final de todas as nossas apresentações, ela sempre vinha nos abraçar e nos dava algumas sugestões musicais para nossa próxima apresentação. Ficamos muito sentidas com a perda dessa grande amiga, pois ela fará muita falta.

Nota da Editoria: Para acessar o facebook de cada depoente, clique no nome que lhe corresponde acima do respectivo texto.

Assista a seguir cenas da trajetória artística de Marly Marley, no vídeo relativo à homenagem que lhe foi prestada pelo Programa Raul Gil:


Eloísa Olinto, 15 Anos de Estrada e um Encontro com Gal Costa

Lino Tavares

Reunindo todos os predicados indispensáveis a uma cantora de primeira grandeza, a paraibana Eloísa Olinto vem se destacando, a cada dia que passa, no cenário da música brasileira, repetindo com sua garra e seu talento a caminhada vitoriosa de grandes intérpretes musicais que despontaram no chão fértil do Nordeste cantador, tais como Elba Ramalho, Alcione e tantas outras que o Brasil inteiro não se cansa de aplaudir.
Denotando alegria no olhar e
despertando encantamento com seu jeito alegre de pisar no palco, a jovem cantora nordestina tem conquistado muitas legiões de fãs, que se dedicam a promover sua arte nas redes sociais, entre os quais vale citar aqui a particular amiga Emanuela Oliveira, administradora de seu principal Fã Clube. É a pedida dela, aliás, que produzo essa matéria,  não só como profissional da mídia, mas também por me incluir entre aqueles que revelam especial apreço pela trajetória artística de Eloísa Olinto, apostando no futuro promissor que haverá de conduzi-la ao patamar mais elevado do sucesso, onde brilham com rara intensidade as grandes estrelas da canção brasileira.

Debutando na Carreira
Possuidora de um currículo invejável, repleto de grandes conquistas no panorama regional e nacional, Eloísa Olinto completa 15 anos de carreira e vai festejar esse "Debu artístico" estreando no Extremo Cultural, evento que acontece tradicionalmente em João Pessoa, a bela capital da Paraíba. No repertório, figuram canções que fazem parte da música regional paraibana, contando com a participação especial de Cezzinha do Acordeon e Luís Kiari.
Dia 25 deste mês (sábado) no Busto de Tamandaré, o espetáculo será divino, quando a cantora Eloisa Olinto estará brindando os presentes com um excelente show, que preparou caprichando nos mínimos detalhares, disposta a proporcionar uma apresentação bonita para os olhos e para a alma: “Será um momento lindo para todos; estou muito feliz e emocionada!" - observou a artista, denotando entusiasmo. .
A apresentação de Eloísa Olinto será super valorizada pelo show da consagrada cantora Gal Costa, que a sucederá no palco, Gal,  como se sabe , é um ícone dos anos de ouro da MPB, ocorrido nas décadas de 1960, 70 e 80, quando se tornou uma das mais famosas cantoras do Brasil, na Era do Tropicalismo, da Bossa Nova e da Jovem Guarda. Nos seus 35 anos de carreira, Gal  foi intérprete de grandes sucessos como “Vapor Barato” (Jards Macalé/ Waly Salomão), “Meu Nome É Gal” (Roberto/ Erasmo Carlos), “London London” (Caetano), “Deixa Sangrar” (Caetano), “Folhetim” (Chico Buarque), “Balancê” (J. de Barro/ A. Ribeiro), “Índia” (/J. Flores/ M. Guerrero/ J. Fortuna), “Festa do Interior” (Moraes Moreira/ Abel Silva) e “Vaca Profana” (Caetano).
Em virtude da grande presença de público nos eventos realizados pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (Natal, Ano Novo), os shows do projeto Extremo Cultural, que seriam realizados no Ponto de Cem Réis, foram transferidos para a orla marítima. O Festival Extremo Cultural começou no dia 4 de janeiro e vai até 1º de fevereiro. Os shows acontrecem às sextas-feiras e sábados no Busto de Tamandaré, na praia de Tambaú, sendo promovidos pela prefeitura de João Pessoa, de forma gratuita.

Biografia e Projetos
Cantora e compositora, Eloisa Olinto, natural de Campina Grande, uma das mais importantes cidade da Paraíba, turisticamente famosa por suas festas juninas de rara beleza. Iniciou sua carreira na música gospel aos 15 anos, com exitosa participação em um Festival de Canções.
Desde então, nunca mais deixou a música e ainda no estilo gospel conquistou vários prêmios em festivais regionais. Na música secular, Eloisa começou ao lado do músico e professor Jorge Ribbas, sendo voz feminina do grupo de raiz latino americano "Canto Andino", que integrou durante 3 anos. Logo após, entra na banda Adágio Show Baile, onde figurou como grande cantora durante 8 anos, atuando em bailes de formaturas e casamentos.
Em 2005, ao lado do músico e companheiro Waguinho, Eloísa conheceu a roda de choro de Duduta, iniciando sua história de amor pela música regional, em especial o samba e o choro. Desde aquele ano, a cantora se apresenta com o regional. Com uma performance impecável, a intérprete paraibana vem promovendo de forma marcante o resgate do samba de raiz e do chorinho cantado. 
No ano de 2012, exaltou o nome da Paraíba, enchendo de orgulho seus conterrâneos, ao participar com raro brilhantismo de dois grandes programas de projeção nacional. Em maio, participou do quadro "Mulheres Que Brilham" do programa Raul Gil, no SBT.   Em setembro, conquistou o apreço do músico e compositor Carlinhos Brown, entrando em sua equipe, no programa "The Voice Brasil", da Rede Globo. Atualmente, Eloisa Olinto trabalha ao lado de Waguinho num projeto autoral, com as primeiras composições.


Assista a seguir vídeos relacionados com a trajetória artística de Eloísa Olinto:  
15 Anos de Carreira:
Parte 1:

Parte 2: 


Mulheres que brilham (Raul Gil - SBT)
Pé do meu samba 

The Voice Brasil:  
Facebook:

Fã Music Eloísa Olinto (Fã Clube oficial): http://www.facebook.com/faclube.eloisaolinto

"Tudo passará"

Lino Tavares

Nelson Ned ganhou fama e dinheiro com essa música, mas não se deu conta, no auge do sucesso, de que no âmago da expressão que intitula a canção reside uma verdade nua e crua, consubstanciada no fato de que vivemos num mundo efêmero, onde "nada fica... nada ficará", como está na letra da referida melodia.
Inebriado com o sucesso relâmpago e talvez até surpreso consigo mesmo, por haver se tornado tão grande no mercado fonográfico, não obstante ser fisicamente tão pequeno, o cantor, como disse certo dia em um programa de televisão, entregou-se aos prazeres aparentemente irrecusáveis da carne, ingressando no mundo das drogas, do álcool e das conquistas libidinosas de fácil acesso aos que têm "bala na agulha" para comprar tudo, inclusivo o falso amor.    
Algum tempo depois de entrar nesse labirinto que lhe custou a perda de familiares e de espaço nos corredores largos da fama, Nelson Ned, consciente do passo em falso que dera nessa caminhada quase sem volta, procurou redimir-se de seus desvios de conduta,  passando a cantar canções evangélicas,  após ter-se convertido ao neo pentecostalismo, tendo conquistado o Disco de Ouro já no seu primeiro lançamento gospel.
Fora dos holofotes e portando enfermidade que o impedia de continuar fazendo a única coisa que sabia fazer: cantar, o pequeno grande cantor desencarnou neste 5 de janeiro de 2014, deixando como legado aos estudiosos e apreciadores da música brasileira uma invejável história de sucessos, que inclui gravações que marcaram época, além de apresentações artísticas que o levaram a pisar em palcos famosos como o Carnegie Hall, de Nova York, onde brilhou em quatro oportunidades, com lotação total.
Entre seus vários sucessos, vale lembrar, além do mais famoso deles,  "Tudo passará", as bem sucedidas gravações  em português e espanhol realizadas entre 1960 e 1999, tais como "Eu sonhei que tu estavas tão linda/Prelúdio à volta", "Meu jeito de amar",  "Penso em você", "El romântico de América", "Jesus está voltando", "Seleção de ouro/20 sucessos" e "Os melhores tangos e boleros. algo que lhe rendeu no curso da extraordinária carreira cerca de 45 milhões de cópias vendidas.
Nelson Ned, que partiu aos 66 anos, era mineiro de Ubá, sendo natural,  portanto, da mesma cidade em que nasceu  Ary Barroso, autor de "Aquarela do Brasil". Como o grande conterrâneo, também compôs belas canções gravadas por artistas como Moacyr Franco, Antônio Marcos, Agnaldo Timóteo e outros. De seus altos e baixos na carreira, fica como lição a consciência de que ninguém deixa de chegar ao topo por ter a perna curta, tampouco está livre de 'beijar a lona' por estar no mais alto degrau da fama.