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Dra. Tayane Fighera, Dedicação e Aperfeiçoamento a Serviço da Medicina


Lino Tavares

    
*E n t r e v i s t a  E x c l u s i v a*
                                      
Figura como entrevistada da Série Personalidades, representando o campo da Medicina nesta edição,  a Dra. Tayane Muniz Fighera, médica especializada em Endocrinologia, com atuação em  Porto Alegre, que inclui em seu extenso currículo importantes cursos de formação, especialização e extensão, além de intensa participação em eventos relacionados à sua especialidade, na qual consolidou amplos conhecimentos colocados em prática no exercício de sua atividade funcional em  renomadas instituições de saúde do estado e do país. A Dra Tayane nasceu em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, onde iniciou seus estudos e cursou a Faculdade de Medicina.
                                      
Formação e Titulação
                                 
Colou Grau em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM;   fez  Residência em Clínica Médica pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA; Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Paraná - UFPR, e realizou Mestrado em Medicina Interna pela Universidade Federal do Paraná - UFPR .Doutorado em andamento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Título em Densitometria Óssea  - Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem - 2014. Título em Endocrinologia e Metabologia. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - 2012. É membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo.
                                     
Eventos Afins e Participações 
 
Também merece destaque sua participação em eventos, congressos, exposições e feiras, tais como o CBAEM (2015), 12ª Endofeminina (2015), 6º Bradoo (2015), Curso Avançado de Avaliação de Composição corporal (2015), 31º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e  Metabologia CBEM (2014), 8º Congresso de Endocrinologia e Metabologia da Região Sul ENDOSUL (2014),  XV Congresso Latino Americano de Tireoide (2013), Encontro de Endocrinologia Feminina, 2º Curso Internacional de Endocrinologia e Diabetes (2013), XIV Congresso Latino Americano de Tireóide  (2011), 6º Congresso de Endocrinologia e Metabologia da Região Sul. (2011), Endorecife,  9º Reciclendo - Congresso Paranaense de Endocrinologia. (2011), Jornada Paranaense de Diabetes (2011), Jornada Paranaense de Tireóide. (2011).  Curso de Tratamento de Osteoporose e Osteopenia  (2011), Jornada Paranaense de Neuroendocrinologia. (2011), 29º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia. (2010), XV Simpósio Internacional de Neuroendocrinologia (2010), Encontro Brasileiro de Tireóide (2010), 80º Reunião multidisciplinar do Centro de Neuroendocrinologia. Comparação do perfil lipídico, pressão arterial, glicemia de jejum e cintura abdominal de pacientes com hipopituitarismo e síndrome metabólica (2010),  Workshop sobre SIC de Insulina (20110-Outra). 6º Encontro de Endocrinologia Feminina (2009), 5º Simpósio Gaúcho de Neuroendocrinologia e VIII Encontro Anual do Centro de Neuroendocrinologia da Santa Casa. (2009).                             
                          
Atuação Profissional  
      
As experiências e conhecimentos adquiridos nesses eventos relevantes do campo da Medicina contribuem de forma grandiosa para o excelente desempenho funcional da Dra. Tayane Muniz Fighera, como atesta sua  exitosa passagem profissional em unidade médicas como o Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Paraná, SEMPR, Brasil,  vínculo institucional na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Paraná, SBEM, Brasil.  Atualmente, nossa ilustre entrevistada integra o Corpo Clínico do Hospital Santa Clara da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, atendendo pacientes nos diversos ramos da Medina ligados à área da Endocrinologia e Metabologia, sua especialidade médica. 
           
Dra. Tayane Muniz Fighera Responde
 
Sua vocação para o exercício da Medicina vem de berço ou surgiu com o passar do tempo ?
R: Minha decisão pela medicina aconteceu gradualmente, a partir dos 14 anos. Até então todos meus familiares acreditavam que eu deveria ser advogada, já que desde criança eu era conhecida por ter opiniões fortes e argumentos convincentes. Como sempre gostei muito de estudar, meus professores me influenciaram a considerar a medicina. A partir daí eu comecei a conhecer o curso e todas as opções de especialização.

Algum fato ou profissional famoso da área médica a inspirou a optar profissionalmente pela Medicina ? 
R: Não. Ninguém famoso na verdade. Mas os médicos que me atenderam durante minha infância e adolescência eram figuras atenciosas, prestativas, e eu cresci ouvindo dos meus pais histórias sobre bons médicos, e o quanto eles foram decisivos em momentos críticos. Acho que minha inspiração veio, e vem até hoje, daqueles que trabalham com amor, e na maior parte das vezes não são adequadamente reconhecidos, nem ficam famosos.     

Quando seus pais souberam que queria ser médica,  ficaram felizes ou tinham outra expectativa em relação a você ?
R: Quando optei por fazer medicina eles ficaram preocupados. Por me conhecerem bem, sabiam o quanto eu levava a sério meus estudos, e a grande frustração que seria não passar no primeiro vestibular. Felizmente, eu entrei na primeira tentativa, na mesma cidade onde nasci e cresci (Santa Maria – Universidade Federal de Santa Maria/ UFSM)

Quando ingressou na Faculdade de Medicina, você levou para lá a certeza de que era isso mesmo o que gostaria de fazer ? 
R: Não. Entrei na faculdade com 17 anos, e a ideia de decidir o que fazer o resto da vida é assustadora nesta idade. Até hoje existem dias que eu questiono minha escolha profissional, sobretudo no cenário atual do nosso país. Acho que são essas dúvidas que impulsionam o nosso crescimento.

A opção pela área da Endocrinologia existia desde a entrada na Faculdade ou surgiu nos últimos anos do curso ?
R: Ao terminar a faculdade eu tinha certeza que queria uma especialidade clínica, com contato direto com os pacientes. Porém tinha dúvidas, especialmente entre Endocrinologia, Gastroenterologia e Reumatologia. Como todas estas áreas exigem 2 anos de residência em clínica médica, este foi meu primeiro passo. Durante a residência tive a oportunidade de conhecer muito bem cada especialidade, e então decidi pela Endocrinologia.

Você acredita que, na atual conjuntura do país, com a inclusão de médicos estrangeiros no mercado, o exercício da Medicina ficou menos atrativo ?
R Não colocaria desta forma. O exercício da medicina é atrativo pelos pacientes. Eles continuam lá, doentes e precisando de ajuda. A maior preocupação é com o nível de atendimento prestado pelas unidades de saúde, e qual a qualificação destes profissionais.

Atualmente, dá para viver bem com o rendimento médio do exercício da Medicina, ou ele deixa a desejar ?
R: Um dos principais problemas na Medicina é a falta de um plano de carreira em muitos lugares. Os custos para atualização são altos, e a maior parte dos empregos disponíveis não oferecem nenhuma estabilidade. Alguns falam da falta de médicos no interior, apesar dos bons salários oferecidos. Porém muitos destes empregos não oferecem estabilidade e condições de trabalho adequadas. Quando trabalhamos com vidas, exigir recursos é um direito e um dever do médico.

Existem outras pessoas de sua família exercendo a Medicina ?
R: Não.

Considerando os baixos honorários médicos pagos por entidade como o SUS, você diria que mesmo assim vale a pena prestar serviços na área da saúde pública?
R: Uma lição que aprendi desde cedo, e na medicina é de grande valor: nem tudo que fazemos é por dinheiro. Eu atendo pacientes pelo SUS. Fiz mestrado, e estou iniciando o doutorado. Talvez financeiramente não seja a melhor escolha, mas eu não decidi ser médica para ficar rica. Atender o SUS e estar dentro de um hospital escola me permite ver pacientes com patologias raras, estar perto de colegas muito experientes e me manter sempre atualizada.

Você acredita que o Programa Mais Médicos, com a contratação de profissionais de fora do país, é uma necessidade que se impõe ou uma medida demagógica do governo ? 
R: Claro que o sistema de saúde em nosso país tem graves problemas. Mas o que faz um médico, por melhor que ele seja, sem medicamentos, sem exames, sem um consultório limpo e suprimentos médicos?  Todos os dias eu atendo pacientes reclamando da falta de medicamentos básicos na rede, ou da espera para conseguir um exame. Existe sim necessidade de mais médicos, mais vagas nas universidades para formar médicos, que aprendam e pratiquem uma medicina de qualidade baseada em evidências. Existe necessidade de mais estrutura física para atendimento aos pacientes, disponibilidade de exames e principalmente, medicamentos. Existe necessidade de disponibilizar vagas para médicos com plano de carreira, para que os mesmos possam ir trabalhar em outras cidades, muitas vezes longe de sua cidade de origem, sem medo de perder o emprego ou de não encontrar condições mínimas de trabalho.

No seu ponto de vista, de que o Brasil se ressente mais, da falta de médicos ou de hospitais e entidades correlatas ?
R: O problema principal não é a falta de médicos. Temos em nosso país excelentes profissionais, comprometidos com a medicina e com os pacientes. Mas para exercer uma medicina de qualidade, com resultados, é preciso hospitais, disponibilidade de exames, medicamentos. A medicina evolui a cada dia, e é um direito de cada indivíduo ter acesso a estas descobertas e tratamentos. Infelizmente, para isso é preciso recursos.

A seu ver, podemos dizer que a Medicina brasileira está entre as mais avançadas do mundo, ou ainda nos falta algo para merecer esse conceito ?
R: Dentro da minha especialidade, posso dizer que nada deixamos a desejar comparados a países desenvolvidos. Temos excelentes pesquisadores e centros de pesquisa na área da saúde. Infelizmente, a maior parte da população tem dificuldades para ter acesso a saúde básica. Métodos diagnósticos avançados e novos tratamentos ainda estão longe da realidade da maioria.

Quais são as maiores dificuldade encontradas hoje por um médico para exercer seu trabalho com dignidade profissional ?
R: Diariamente, nos deparamos com uma série de dificuldades. Como endocrinologista, trabalho frequentemente com pacientes diabéticos e/ou obesos, e uma dieta balanceada é essencial para o sucesso terapêutico. Muitos pacientes têm dificuldades financeiras para comprar alimentos integrais, frutas e carne. Como não se solidarizar ao escutar isso? E principalmente, o que fazer? Dessa forma, nossas dificuldades vão muito além do valor da consulta ou da espera para fazer um exame. Atendemos pacientes sem acesso a condições básicas de moradia, saneamento e alimentação, o que acarreta aumento significativo da morbidade e da mortalidade.

Em que especialidades médicas o Brasil pode ser considerado hoje como top de linha?
R: Eu não poderia falar adequadamente de outras áreas além da Endocrinologia. Mas posso afirmar que, na maior parte das especialidades, existem colegas muito dedicados e constantemente atualizados.

Você situaria o Brasil como um dos países mais evoluídos do planeta na área da Endocrinologia ?
R: O Brasil tem centros de Endocrinologia bastante desenvolvidos. Como experiência pessoal, tive a oportunidade de trabalhar em ambientes acadêmicos durante toda minha formação médica, incluindo o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Certamente estes centros, assim como muitos outros no país, disponibilizam um serviço de excelente qualidade.

Como especialista dessa área, você diria que o Diabetes já pode ser considerado hoje uma doença totalmente curável ?
R: Infelizmente não. Entretanto, a maior parte dos pacientes é capaz de controlar o diabetes, evitando as complicações agudas ou crônicas do mesmo. Cada vez mais medicamentos que ajudam no controle glicêmico estão disponíveis, mas é fundamental que o paciente diabético esteja motivado a manter hábitos saudáveis, com uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios.

Gente do povo costuma dizer que ervas medicinais, como o Jambolão, curam ou controlam convenientemente o diabetes. Existe fundamento nessa tese ou isso não passa de curandeirismo ?
R: A medicina atual é baseada em evidências. Muitos tratamentos com ervas medicinais não apresentam eficácia clinicamente comprovada e por isso devem ser utilizados com cautela. É fundamental conversar com o médico sobre o uso de tratamentos alternativos, pois muitas vezes estes tratamentos apresentam alto custo, sem nenhuma evidência de benefício e ainda com potenciais riscos ao paciente.

Você acredita que na atual conjuntura do país, ainda há espaço para o exercício daquela Medicina familiar que marcou época no século passado ?
R: Eu acredito que a medicina atual apresenta outras características. A utilização da internet, a globalização e a tecnologia são alguns dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento muito acelerado da medicina. A consequência deste excesso de informações é a criação de especialidades e subespecialidades médicas, fragmentando as áreas de atuação para tornar possível oferecer os melhores tratamentos disponíveis para cada paciente.

Se fosse Ministra da Saúde, que diretriz você adotaria para melhorar as condições de assistência médica à população?
R: Eu realmente sou péssima em política. Mas sem dúvida faltam recursos na área da saúde, especialmente na medicina preventiva. Precisamos iniciar medidas que só mostrarão benefícios daqui algumas décadas, mas é preciso começar. Investir em prevenção significa gastar menos amanhã. Mas para este tipo de estratégia precisamos de um governo preocupado com o futuro do país e da população, e não apenas com a próxima eleição. É muito difícil realizar mudanças profundas na área da saúde querendo resultados em menos de 4 anos.

Caso não fosse endocrinologista, que outra especialidade lhe agradaria exercer ?
R: Como eu mencionei, antes de escolher Endocrinologia eu tinha muitas dúvidas entre Gastroenterologia e Reumatologia.

Diz o refrão que "de poeta e louco todo mundo tem um pouco". Você possui algum veio poético ou de outra natureza artística?
R: Desde criança eu tinha o hábito de escrever poemas. Cheguei a ganhar alguns concursos literários na escola. Mas confesso que atualmente falta tempo para me dedicar a isso.
                                         
Bate-Bola com Tayane Fighera
Saudade eterna ?  Meus avós, Clory Muniz e Ivo Matteo Muniz.  

Eternamente grata ?  A Deus. Sou muito abençoada.

Doce lembrança ?  O dia que ouvi meu nome no rádio, na lista dos aprovados em Medicina.

Amigo (s) do peito ?  Minha família e meu noivo

A Entidade Deus ?  Tudo que nos cerca. Mora dentro de mim.

Religião ?  Católica. Mas Deus é um só.

Superstição ?  Mariposas são presságio de más notícias. Cresci ouvindo isso, e confesso que elas me assustam mesmo.

Cor preferida ?  Verde

Número de sorte ?  4

Prato preferido ?  Feijoada

Principal hobby ?  Ler

Clube do coração ?  Não tenho. Só aceito sofrer por quem se importa comigo.

Sonho realizado ?  Conhecer Paris e Roma, ao lado do meu noivo.

Sonho a realizar ?  Terminar o doutorado

Gênero musical ?  Sou bastante eclética. Mas gosto muito de música gaúcha.

Filme?  Vários... Uma linda mulher, O guarda-costas, Lado a lado, A espera de um milagre...

Melhor livro?  Médico de Homens e de Almas (Taylos Cadwell)

Viagem inesquecível ?  Paris

Países visitados  ?  França, Suiça, Itália, Portugal, Peru, Argentina...

Viagem planejada ?  Alemanha

Personalidade nacional ?  Minha homenagem a Nico Fagundes, uma grande perda para o Rio Grande do Sul

Personalidade internacional ?  Papa Francisco

Atriz ou ator ?  Julia Roberts, Susan Sarandon, Robin Williams

Cantor ou cantora?  Whitney Houston

Quem é Tayane Fighera ?  Simplicidade e dedicação.

Projetos na carreira ?  Trabalhar em ambiente acadêmico e de pesquisa
 
Considerações finais:
 
“Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho
Eles passarão
Eu passarinho.”
                          (Mário Quintana)
 

Contatos com a Dra. Tayane Fighera