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Vicentini Gomez, Artista Polivalente das Artes Cênicas.

Lino Tavares
   
Na Seção Arte e Cultura desta edição, figura como entrevistado o ator multimídia  Vicentini Gomez, destacado profissional das artes cênicas,  possuidor de um currículo repleto de grandes realizações no teatro, cinema e televisão, tendo como grande destaque na carreira  a participação em telenovelas da Rede Globo.    
Foto Crédito: TV Globo
 Síntese Biográfica

Wilson Gomes Vicentini nasceu em 26 de fevereiro de 1957, na cidade de Presidente Prudente, vindo de uma  família de agricultores, cujos pais, José Vicentini e Apparecida Gomes Vicentini,  muito contribuíram  com seu trabalho para o desenvolvimento do Norte do Paraná. Teve sua iniciação estudantil no colégio Londrinese, de Londrina-PR, onde ainda na tenra infância teve sua primeira experiência na arte de representar. 
Foto Crédito: TV Globo                        
É um artista polivalente, cujo talento lhe permite desempenhar atividades como as de ator, mímico, clown, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro, cinema e televisão. Sua carreira teve início  em 1977, conquistando seu espaço paulatinamente nos tablados do país, através de atuações que encantaram plateias lotadas sob o calor de muitos aplausos. 

Entre os vários prêmios que recebeu, destacam-se os de melhor filme da Jornada Internacional de Cinema da Bahia; Prêmio Marechal Deodoro da Fonseca, da Academia Brasileira de Arte, Ciência e História; Prêmio Centenário da Imigração Japonesa; Prêmio Festnatal; Prêmio Apetesp; Prêmio Mambembe , entre outros.


Trajetória Artística                         
Foto Crédito: Daniel Marques

Vicentini Gomez  teve seu ponto culminante na TV vivendo o papel de Serjão, co-participante do "sequestro" simulado da personagem Carminha, da novela Avenida Brasil. Mais recentemente, representou o Delegado Cavalcante na novela Joia Rara, também veiculada na Globo, emissora onde brilhou ainda em papéis como os de, Paolo Bianchi,  na novela “Cama de Gato”,  e Dom Cornélio, em "Malhação". Na minissérie “Amazônia”,  representou o seringalista “Cel. Alencar”, na luta pela independência do Acre. Na série “Minha Nada Mole Vida", viveu a figura do português “Blota”, e,  na minissérie “Um só coração”, representou o escritor  Graça Aranha, um dos ícones da “Semana de arte Moderna”
Foto Crédito: Daniel Marques
Por conta da versatilidade que lhe é inerente, brilhou em quadros humorísticos e séries como Megaton, O Dentista Mascarado e A Mulher do Prefeito. Fora da Globo,  encarnou o mordomo Domingos em Pícara Sonhadora, no SBT, e  passou também pela antiga TV Manchete, atuando em Kananga do Japão e A História de Ana Raio e Zé Trovão.
Na peça “Confidências de um espermatozóide careca”, viveu 12 anos de sua estrada teatral, na qual rodou o Brasil em 2006 com a comédia “506 anos de Besteirol”. Escreveu em parceria com Josmar Martins  a peça “Tal Pai, Tal Filho”, em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, onde dividiu palco com os atores Carlo Briani e Douglas Aguillar. Também é de sua autoria a comédia “Espelho Meu”, reflexões sobre o relacionamento de Mãe e Filha, em suas diversas etapas.Foi produtor, roteirista e diretor da série “Consciência na Cultura”,em 2004/2005, exibida pela TV Cultura e produzida em parceria com a UNESP –Universidade Estadual Paulista..

O  Cineasta 
Foto Crédito: TV Globo
No mundo do cinema, Vicentini Gomez dá campo a reflexão sobre cidadania e direitos do homem,, optando por essa temática na elaboração de seus filmes, direcionados via de regra para a participação em festivais de cinema e vídeo, tanto do Brasil como do Exterior, tendo entre os premiados "O Rio de Minha Terra", "Paúra", "Juquerinquerê" e "O Anônimo". No momento, Vicentini dirige e roteriza o projeto "Justiça ! Uma História", um média metragem que se propões a descrever em cenas a história da Justiça brasileira, no período compreendido entre o Brasil Colônia e os dias atuais. O lançamento do filme está previsto para dezembro deste ano. 



Vicentinini Gomez responde
Foto Crédito: Acervo Pessoal do Ator Vicentini Gomes
Você acredita que ser ator é um dom ou um aprendizado que qualquer pessoa pode adquirir nas escolas de teatro?
Penso que é um dom, mas precisa ser lapidado na escola de arte dramática. E vale lembrar que hoje tem escola em cada esquina, então é preciso saber qual escolher. Tem que ter conteúdo.



Em que momento de sua vida você descobriu que queria ser ator?

A primeira vez que subi ao palco para uma representação foi no primeiro ano escolar. Eu sequer sabia o que era teatro, pois morava em um fazenda e minha vida era aquela da roça. Desde então, interessei-me pela arte e acabei fazendo os cursos necessários, encontrei pessoas como Giustino Marzano, Paula Martins, Ricardo Bandeira e uma gama de amigos  que alicerçaram meu trampolim para a carreira.



Quando você revelou essa vocação para as artes cênicas sua família 'deu a maior força' ou achou que isso seria uma aventura? 

Quando estava na escola era bonitinho. Quando me decidi a abandonar o curso de direito para a carreira, foi uma guerra, mas sai vencedor e ninguém ferido.



Sua opção por essa arte foi uma manifestação espontânea ou inspirada em alguém famoso do ramo?

Foi espontânea. Quando comecei, nunca tinha ido ao cinema, as TVs eram poucas e em minha casa não tinha. Havia o rádio. Os livros, a literatura e o conhecimento me fizeram pender para as artes.


Com qual gênero você se identifica mais na arte de atuar, teatro, cinema ou televisão?
Eu sou apaixonado pelo que faço, e quase sempre estou fazendo todos ao mesmo tempo. Cada um tem a sua linguagem e  o seu tempo. É só trocar o figurino e vestir a personagem.

Você tem preferência por representar algum tipo de papel específico, como  galã, herói, vilão ou outro do gênero?
Adoro os vilões. Galã já passei da fase. Empenho-me com determinação e garra para qualquer personagem. 

Para o bom desempenho na representação de uma personagem, você usa algum mecanismo ou tudo flui naturalmente?
Tem que haver pesquisa, estudo da personagem, construção da personagem. É um outro ser, então é preciso conhecê-lo para representar. Se você apenas decora o texto e vai à cena, certamente estará diminuindo a personagem. Ela tem que ser grande, preferencialmente maior que você.

Do ponto de vista financeiro, você acha que seguir a carreira de ator é compensador?
Em qualquer profissão se você não se preparar com conhecimento para a missão estará fracassado. O artista tem que ter conhecimento sobre a obra que vai trabalhar. Tudo vale a pena... já disse Fernando Pessoa. 

Na sua opinião, o Brasil pode ser considerado um dos melhores lugares do mundo para o exercício da profissão de ator?
O Brasil é um país continental, rico em história, lendas, folclore. Existe matéria suficiente para criações diversas sobre a terra. E podemos buscar o saber de outros povos. Temos quase 200 milhões de pessoas no país. Dá pra lotar muitas casas de espetáculos, cinemas, etc,...

Pelo que percebe na sua vivência de ator, diria que mesmo vivendo-se numa democracia existe no Brasil algum tipo de censura sobre as manifestações artísticas?
Somos  um país mixigenado. Essa  mistura de raças quebrou muitos tabus. Vivemos uma democracia quase plena, mas é preciso tomar cuidado com os extremistas religiosos. 

De todos os papeis que desempenhou, no cinema e na TV, qual foi o que mais marcou em sua carreira?
Sou apaixonado por todos os personagens que representei, mas gostei muito do Serjão de Avenida Brasil e deste Delegado Cavalcante de Jóia Rara. Personagens extremos que me levou a pesquisar e conhecer um pouco mais a humanidade.

Você viveu o papel de policial. Encontrou nesse personagem algum traço de identidade com sua vocação na vida real?
Nenhuma. Sou avesso a fardas, com todo respeito a todas elas, mas vestiria apenas para representar, com a possibilidade de despi-las sempre ao final do dia ou da gravação.

Seus maiores amigos pertencem ao meio artístico ou são pessoas de outras áreas profissionais?
Tenho amigos em todos os seguimentos sociais, das profissões mais diversas. Gosto muito de pescar, tenho amigos pescadores. Gosto do campo, tenho amigos roceiros e tenho amigos intelectuais, militares, diplomatas, médicos, magistrados, etc...

Alguma vez você já sentiu alguma atração fatal por colega do elenco de um filme, novela ou similar?
É normal do ser humano. Já namorei diversas atrizes, mas não se deve misturar personagens com a vida real. Se for inevitável, cumpra-se o destino! Hahahahahaha...

Na sua concepção de vida, dá para encarar com naturalidade as cenas de beijo do companheiro ou companheira da vida real com  o (a) colega de trabalho?
É uma escolha. Cada um faz a sua parte e a que o personagem exige. São os chamados “ossos do ofício”.

Você acha que casamento de ator com atriz tem tudo para dar errado, por causa do ciúme nas cenas picantes, ou isso não tem nada a ver?
É lenda. E cada um acredita conforme a crença! Hahahaha...

Quando vai ao shopping, supermercado  e outros locais públicos, você procura disfarçar para não ser reconhecido, ou prefere que as pessoas o assediem, fazendo perguntas e pedindo autógrafo?
Sou o que sou em qualquer lugar. Se for reconhecido dou atenção. Se não posso, peço desculpas e sigo o meu caminho. Hoje dificilmente te pedem autógrafos. Querem tirar fotos contigo. Todo celular tem uma câmera.

O fato de o cinema brasileiro nuca ter sido premiado com o Oscar você considera um injustiça ou acha que ainda está faltando algo para a gente chegar lá?
Já chegamos. Tivemos diversas indicações. O Oscar é um prêmio político. Quando tivermos força política na Academia, certamente seremos reconhecidos.  Já ti vemos um filme realizado no Brasil. Em 1959 o curta-metragem “Orfeu Negro” recebeu prêmio, mas seu diretor Marcel Camus registrou a obra como Francesa, mas foi uma produção Brasileira, Francesa e Italiana.

Você já foi contemplado com algum prêmio no mundo do cinema ou da televisão?
Recebi diversos como ator, diretor e dramaturgo. Quem quiser conferir é só acessar o meu site WWW.vicentinigomez.com.br

Quem  você elegeria como  o maior ator e a maior atriz brasileiros de todos os tempos?
Gostei muito do Rubens Corrêa, como gosto do Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Lima Duarte...

Na sua maneira de ver o cotidiano, acredita que a arte imita a vida ou é a vida que imita a arte?
Já dizia Aristóteles na antiga Grécia: A arte imita a vida!

Você compactua com a tese de que as cenas de violência contribuem de alguma forma para o mundo violento em que vivemos hoje?
Converso muito com o meu filho sobre esta questão. Se ele passa uma considerável quantidade de tempo no videogame matando gente, um dia isto pode ser um exercício natural na vida real. É preciso cuidado com violência brutal para as crianças em seus jogos e games. É preciso conscientizar que o mundo virtual é um pouco diferente do mundo cotidiano. 

Dá para encarar todas as situações impostas pela arte de representar sem recorrer aos artifícios  inerentes ao uso de drogas? 
Tudo que é estimulante é artificial. A arte tem que ser plena, limpa e soberana.

Você é contra ou a favor da legalização da maconha? 
Como no período da lei seca. Serve apenas para contraventores e exploradores ganharem dinheiro ilegalmente. Libera logo. Todo mundo sabe dos efeitos e causas. Assim cada um deve ter consciência de seus atos.   

O Ministério da Cultura, no seu modo de ver, tem sido importante para o desenvolvimento das artes ou deixa a desejar nesse aspecto?
É preciso achar um termo entre o excesso de burocracia e responsabilidades dos beneficiados com a lei. É hora de começar a pensar em aumentar o valor destinado a cultura. 
Somos um país rico em conteúdo cultural , mas pobre culturalmente.


Você percebe algum tipo de propaganda subliminar, de governo ou de produto, inserida no contexto de novelas e seriados?

Existe regulamentação para tal. É cumprida a risca.



Acredita que a televisão brasileira está no caminho certo, ou precisa de uma reformulação para alcançar o nível desejado?

Temos a TV Globo que é uma das melhores do mundo em produção de conteúdo e exportação de produtos. Precisamos de uma política forte para regular as TVs Educativas e dar linha de produção. Existem muitos exemplos no mundo que podemos nos inspirar. Tenho uma pequena produtora se preparando para criar conteúdo áudio-visual e vender projetos para TVs. Estamos no caminho. Já temos projetos em desenvolvimento neste sentido.


“Bate Bola” com Vicentini Gomez






Foto Crédito: TV Globo
Um amigo de todas as horas? 
Um bom livro


Um dever de gratidão? 

Ao santíssimo.


O momento mais importante de sua vida?

Agora.


A coisa mais desagradável que já lhe aconteceu?

Fui avisado de uma pimenta forte e insisti em colocar no prato. Tive que comer, mesmo chorando...

Um sonho realizado?
Todos os que vivi.

Um sonho não realizado? 
Aqueles que pulei...

Uma decepção?  
Traição

Uma grata surpresa?
Todo sorriso.

Uma superstição?
Todo início de viagem, um ritual.

Religião?
Espírita  

Cor preferida? 
Todas que combinam

Número de sorte? 
Estou procurando. Quando achar, quem sabe ganhe na loteria.

Prato preferido? 
Paella

Principal Hobby? 
Pescaria em rio.

Time do coração? 
Corinthians.

Um político honesto? 
U la lá... Existe?

Cantor ou cantora de todos os tempos: 
Nacional?  
Elis Regina 

Internacional ? 
Piaf

Personalidade de todas as épocas: 
Nacional ? 
Airton Senna

Internacional ? 
Charles Chaplin

Quem é Vicentini Gomez ?
Um otimista inveterado

Projetos na carreira ?    
Criando conteúdos para TV e cinema.

Considerações finais:
Foto Crédito: Acervo do Pessoal do ator Vicentini Gomez  

Atualmente escrevendo o roteiro do filme Justiça! Uma história, docudrama que irá contar a história do judiciário Brasileiro. Filme que temos o apoio e suporte jurídico do amigo desembargador Dr. Roque Mesquita, eterno professor. Suporte em história do amigo professor Jonas Soares de Souza. Ainda em busca de recursos para filmar. Projeto aprovado pela ANCINE via lei rouanet. E um novo projeto aprovado pelo PROAC-ICMS da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, com apoio logístico do amigo Fábio Nougueira, secretário de cultura de Presidente Prudente. Filme contando a história da cidade, minha terra natal.



Vídeos de Vicentini Gomez:
Feliz Aniversário:

Entrevista a Maria Dudah Senne:

Lançamento do CD da Pagodeira Exclusiva do Brasil

Lino Tavares

Acontece neste 29 de abril o tão esperado lançamento do CD da brilhante cantora Hellen Caroline, que acaba de gravar na Sony Music, com contrato por um ano, em virtude de ter sido a vencedora, no final do ano passado, do Quadro Mulheres que Brilham, do Programa Raul Gil, no SBT. Hellen conquistou o apreço dos jurados, bem como da plateia e do público telespectador, trazendo em seu repertório um estilo próprio de interpretar pagode, além de se constituir na primeira cantora a incluir em sua trajetória artística, de forma predominante, esse gênero popular, que tem se notabilizado através  de cantores e bandas integradas por intérpretes masculinos. Entusiasmada com o lançamento, Hellen Caroline manifesta-se nas redes sociais com essas palavras:  "É com muita alegria que venho dar essa notícia linda pra vcs, a realização de mais um sonho, que veio no tempo de Deus, o LANÇAMENTO do meu CD, dia 29 de abril, nessa terça-feira. Obrigada meu Deus! Obrigada todos que acreditam na minha arte, minha família, meus fãs, meus amigos, meu empresário Fábio Francisco, meu escritório Inovashow ,ao cantor e meu produtor musical Rodriguinho, minha gravadora Sony Music Brasil e a Bombril #COMPARTILHE"

A Arte de Pensar

                                                                            
A mudança

Hoje acordei com um novo horizonte...confesso que a mudança dá um pouco de medo porque faz parte do desconhecido...mas é ela também a responsável pela vida ser tão mágica! Bom dia e vamos em frente com Deus  


Cautela

Tenho medo de pessoas muito legais...de pessoas que só falam o que você quer ouvir. Tenho medo de pessoas muito carinhosas...tenho medo dessas pessoas que parecem perfeitas demais e que acreditam serem perfeitas demais...PORQUE ELAS NÃO EXISTEM....PORQUE ELAS SÃO UMA MENTIRA...PORQUE O TEMPO TIRA TUDO, INCLUSIVE AS MÁSCARAS.  Um brinde à verdade e àqueles que sabem que a perfeição está no imperfeito.  

Mais que amigas

Amizade é algo que você tem ou não tem. Meia amizade,  para mim, não existe.  É por isso que eu não tenho amigas...o que tenho são irmãs. 


Ser mais você

Um dia você precisa abrir os olhos e perceber que antes de tudo e de todos vem você!  E que você vale muito e que a sua felicidade e qualidade de vida não tem preço! Porque na morte não se leva nada...e a vida,  meu amigo, é muita curta e acredite...ela voa!  Pensar em si mesmo é um direito que se torna obrigatório quando você percebe que há muito tempo você se esqueceu de você! Boa noite !

Fafá de Belém: Versatilidade, Fé e Civismo na Arte de Cantar

Lino Tavares

Na série de entrevistas com personalidades nacionais e internacionais, da seção Arte e Cultura, figura nesta edição  a  cantora Fafá de Belém, uma das mais consagradas intérpretes da música brasileira, detentora de um repertório variado e abrangente, que a torna estrela de primeira grandeza, no cenário musical do país, expressa na singularidade de seus recursos vocais e na sua inconfundível postura de palco, atributos artísticos que configuram o elo fundamental da interatividade que a mantém em clima de perfeita sintonia com os milhões de fãs e espectadores que a admiram e aplaudem.  Na primeira parte da entrevista figura uma síntese biográfica da entrevistada, cuja elaboração contou com o apoio da assessoria de imprensa da cantora,chefiada pela jornalista Eulália Figueiredo, viabilizando contatos com Fafá de Belém, que com espírito cooperativo atendeu ao nosso convite, em meio ao corre-corre de suas ininterruptas atividades artísticas no país e no exterior.

 O Despertar Para a Fama

Desde o primeiro álbum, "Tamba Tajá", em 76, o canto, a sensualidade, a força e o carisma de Fafá de Belém contagiaram o povo brasileiro e até mesmo os críticos considerados mais exigentes. Aliás, um pouquinho antes, em 75, a artista já  obtivera reconhecimento nacional com a inclusão, na novela Gabriela, da música "Filho da Bahia" ( de Walter Queiroz rae interpretada por ela).
De lá pra cá, a cantora vendeu milhões de álbuns, conquistou plateias pelos quatro cantos do mundo, acumulou algumas das mais importantes premiações relacionadas à canção brasileira. No exterior, o  público lusitano, que a acolheu como uma típica compatriota, foi o mais seduzido pelo talento desta intérprete visceral que canta, com emoção, o que a arrepia sem render-se a modismos.  Ao contrário,  em certos momentos, tornou-se até pioneira, abriu caminhos para estilos e  tendências. Gravou lambada quando ninguém nem sabia do que se tratava; conseguiu chegar às fms com uma canção sertaneja, "Nuvem de Lágrimas": a  primeira de um gênero considerado brega a ser executada nas rádios fms do Rio (até então consideradas elitizadas).
Voltando aos patrícios, a cantora é tão prestigiada em Portugal que ganhou, em 2011, a "Medalha do Turismo", e um dos seus maiores sucessos - a canção "Vermelho" (Chico da Silva)  - é um dos hinos da torcida do Benfica. Não foi à toa que Fafá, descendente de portugueses, em janeiro de  2013, solicitou sua dupla cidadania.
Cantora dos grandes amores,  desamores,  das causas passionais, a artista arrebatou, desde o início, não só o público mas também alguns dos maiores nomes da MPB. Em seus álbuns, músicas feitas ou não para ela mas que pareciam sempre exibir o seu "dna", explodiram em sua voz. Eram presentes e mais presentes de ícones como Milton Nascimento, Chico Buarque, Suely Costa, Ivan Lins, Fernando Brant, e também de conterrâneos ilustres como Paulo André e Ruy Barata. Estes últimos, que compuseram canções como "Foi Assim" e "Pauapixuna"- megasucessos da carreira de Fafá. "Tamba Tajá", que titulou o álbum de estreia, foi composta por Waldemar Henrique, outra figura lendária de sua terra natal. "Sedução" e "Raça", de Milton e Brant, as  músicas  "Dentro de mim mora um anjo" (Suely Costa/Cacaso) e "Bilhete" (IvanLins/Victor Martins) soam como marcas registradas e, praticamente, definitivas em sua voz.
Apesar de adorar participar, na infância, das festas e saraus promovidos pela família, Fafá não pensava em ser cantora. Queria ser psicóloga. Mas fazia de tudo para ficar no meio dos adultos e adorava "soltar a voz"  durante essas reuniões. Ainda adolescente, mesmo sem saber, já dava "sinais" de sua paixão pela música quando fugia de casa, com amigos, para cantar em serestas e saraus. 
FAFÁ DE BELÉM - FOTO ARQUIVO PESSOAL

A  grande brincadeira só acabou mesmo quando conheceu Roberto Santana e o produtor  resolveu aconselhá-la a investir na carreira artística. Com o  incentivo, Fafá resolveu cair na estrada e apresentar-se em diversas cidades: Rio de Janeiro, Salvador e, claro, Belém. Logo viria a estreia, como cantora profissional, num espetáculo de teatro:"Tem muita goma no meu tacacá" - uma sátira ao momento político daquela época e que contava, em seu elenco, com o hoje  conhecido ator Cacá  Carvalho.
 "Àgua", o segundo álbum, que vendeu mais de 100 mil cópias, consagrou a cantora nacionalmente. E vieram muitos e muitos outros sucessos a partir daí.  "Sob Medida", de Chico Buarque, gravado em 79 no álbum "Estrela Radiante", com canções regionais e urbanas,  é considerado um dos seus maiores hits.
Talentosa também como atriz, Fafá de Belém participou de filmes, telenovelas e espetáculos musicais. "Alabê de Jerusalém" ( a "ópera-negra" de Altay Veloso), a novela "Caminhos do Coração"  escrita por Tiago Santiago (Rede Record) e o filme de Tizuka Yamasaki "Amazônia Caruana" (que narra a vida da única pajé brasileira, Zeneida, que vive na Ilha de Marajó) são alguns dos trabalhos realizados pela cantora e atriz que também fez parte, como jurada, do programa "Ídolos", da Record.

Conhecida como  a  "Musa das Diretas" pela participação efetiva no movimento que tomou conta do país em prol das eleições e fim da ditadura militar, Fafá também realizou gravações históricas e emblemáticas que emocionaram o povo brasileiro, como nas gravações de "Menestrel das Alagoas" (LP Fafá de Belém), e do  "Hino Nacional Brasileiro" (no álbum "Aprendizes da Esperança"). Sua identificação com os movimentos progressistas e por ter caminhado por todo o Brasil na campanha pela democracia e em repúdio aos "anos de chumbo", "de avião, carro, ônibus, e até lombo de burro" como costuma dizer", rendeu-lhe amigos em todos os partidos. Como diz Fafá, "sou amiga dos amigos e não de partidos. Conheci todos essas pessoas que aí estão, quando lutávamos - todos  - sob uma mesma bandeira: a da redemocratização". Felizmente, essa trajetória não se perderá e será contada  em um longa-metragem, que vai retratar a caminhada da  única  artista a participar de todos os comícios pela Diretas.
Reverenciada como uma intérprete de grandes nomes da MPB e de conceituados autores regionais, em meados dos anos 80, a intérprete dá uma guinada na carreira e abraça a chamada canção popular, passando a apostar suas fichas em autores menos incensados pela crítica. 
Grava canções ainda mais românticas, populares e explode, literalmente, nas paradas. Em 86, com o álbum"Atrevida" e em função de megahits como "Memórias", de Leonardo,  e  "Meu homem", versão da própria Fafá para  "Nobody does it better"  (gravada originalmente por Carly Simon) chega à incrível cifra de 500 mil cópias vendidas! Mas outras canções chegam, com força total, em lps posteriores: "Meu Dilema" (Michael Sullivan /Leonardo) foi o maior destaque no álbum "Grandes Amores",  e "Meu disfarce", de Chico Roque e Carlos Colla, foi um dos hits do álbum titulado como "Sozinha". E muitas canções interpretadas pela artista como, por exemplo,  "Coração do Agreste", de Moacyr Luz e Aldir Blanc, que fez parte da trilha sonora de "Tieta", também frequentaram as telinhas. "Nuvem de Lágrimas", de Paulo Debétio e Paulinho Rezende, sucesso até hoje, foi gravada no álbum "Fafá". "Doces palavras", o disco posterior, trazia  canções como "Coração Xonado", "Águas Passadas" e ganhou versão, em CD, com três faixas como bônus.
Álbuns como "Coração Brasileiro" (96) e "Pássaro Sonhador" (98), os inúmeros "Fafá" e o "Meu fado", um CD  inteiro dedicado à canção portuguesa mas com sotaque brasileiro,  lançado em 92, são alguns dos trabalhos fonográficos de uma carreira cortejada, incessantemente, pelo sucesso. Seja ele através das canções românticas, poéticas, melodias urbanas, regionais, embaladas pela poesia ou até mesmo pelas mensagens sociais, conscientizadoras. Os anos 90 foram, sem dúvida, tempos de muita batalha mas também de muitas vitórias para Fafá.
Os anos 2000 começam, para a cantora, com um CD intitulado  "Maria de Fátima Palha de Figueiredo" - com  repertório romântico e canções consagradas. Destaque para a regravação de "Meu nome é ninguém"(Haroldo Barbosa /Luiz Reis) registrada, originalmente, por Miltinho. "Piano e voz", em 2000   e, logo depois e na mesma  linha, o "Fafá ao vivo"de 2002;  o registro, em 2003, de " O canto das águas";  "Tanto Mar", em 2005 (em homenagem a Chico Buarque), e o  CD/DVD "Fafá ao vivo", em 2007. "Fafá - Raridades", em 2011; "Ep "Frevo e Folia" e "Amor e Fé" (ambos em 2013) vieram na sequência. "Amor e Fé", um dos mais recentes lançamentos da artista, é uma reverência ao Papa FranciscoFafá, reconhecidamente religiosa, é aúnica artista  no mundo a cantar para três papas.
FAFÁ - VARANDA DE NAZARÉ (CÍRIO DE NAZARÉ)
Com uma carreira profissional consolidada, mas sempre preocupada com as questões  sociais, culturais e religiosas, Fafá de Belém também tem se esmerado na divulgação de um dos maiores eventos deste país: o Círio de Nazaré (que acabou de ser titulado como"patrimônio imaterial da humanidade" pela Unesco). A manifestação, realizada em outubro, leva milhões de fiéis à sua querida Belém do Pará. A cantora, utilizando-se dos seus conhecimentos e com muita criatividade, tem realizado um evento denominado "Varanda de Nazaré"para atrair a atenção sobre a bela manifestação cultural e religiosa. Fafá tem  reunido inúmeras personalidades  formadoras de opinião, e conseguiu um foco ainda maior  da mídia para o evento recorde com cerca de três milhões de pessoas . São cidadãos das mais diversas regiões que, nessa ocasião, são convocados pela cantora para assistir ao Círio e a conhecer um pouco mais da cultura amazônica. Uma região, infelizmente, ainda pouco apreciada pelos próprios brasileiros.
Fafá também foi sucesso, marcando presença em maratona carnavalesca pelas ruas, vielas e palcos do Recife e do Nordeste, cantando a música inédita que gravou, recentemente, com a participação do autor Alceu Valença "Beija-Flor Apaixonado"). Canção  esta que estará disponível para download, gratuitamente, até o dia 10 de março,  em seu site (www.fafadebelem.com.br). A exemplo do ano passado, ela também cantará durante a passagem do maior bloco do mundo: o Galo da Madrugada - que participou do seu EP, em 2013.
Depois da folia, a artista recomeçou sua turnê nacional e também voltou ao exterior, no dia 08 de março, como convidada do Cabo Verde Music Awards. Em seu retorno ao Brasil, a cantora iniciará o processo de seleção de repertório para um novo  e, certamente, vitorioso álbum de carreira.
Para encerrar, vale a pena reeditar a palavra da própria intérprete no trecho final da biografia que pode ser encontrada em seu site: -"Sempre transei minhas coisas, vivi minha vida, batalhei demais e dei muito murro em ponta de faca para chegar aonde estou. É o povo que ensina ao artista o que ele tem de cantar e não o artista que deve ensinar ao povo o que ele tem de ouvir"– repete, com freqüência, a artista popular que Fafá de Belém se tornou. Fafá virou marca nacional. Marca nacional de alegria, com aquela gargalhada sinceramente estrondosa que é capaz de levantar os ânimos de qualquer um. Marca nacional de saúde, a bela mulher brasileira que batizou até as lanternas do antigo Fusquinha, outra paixão popular. Marca nacional de liberdade, símbolo de um movimento político que fez milhões de brasileiros se emocionarem com sua interpretação do hino pátrio.
Atualidade Artística


 "Meu RIO de muitos janeiros" 
 Fafá de Belém - THEATRO NET

(show em homenagem à boemia carioca)


Hits de carreira e músicas de Chico, Tom, Menescal, Dolores Duran


Fafá de Belém está de volta aos palcos para apresentar um espetáculo inteiramente dedicado às noites cariocas que reuniam, frequentemente e em algumas famosas casas noturnas,  gerações de cantores, compositores, atores; enfim, astros da cena cultural dos anos 70/80. O Rio era uma festa e, culturalmente, parecia ter um manancial inesgotável de talentos. Foi nessa época que Fafá, ainda muito jovem e recém-chegada por essas bandas, conquistou o país com sua voz, carisma, sensualidade. O espetáculo "Meu Rio de muitos janeiros", marcado para o dia 26 de abril, às 21 horas, no Theatro Net Rio, tem roteiro musical baseado em alguns dos seus principais hits e canções de compositores cariocas, como Chico Buarque,  Tom Jobim, Roberto Menescal e Dolores Duran, dentre outros. 
Acompanhada por um trio de músicos do primeiro time da mpb, a cantora  relembrará sucessos como "Coração do Agreste" e "Foi Assim";  e fará um passeio pela obra de Chico Buarque -a quem dedicou um álbum inteirinho: o "Tanto Mar", gravado em 2006. "Sedução", "Olha Maria", "Minha História " e Gota D`Água"), alguns clássicos do repertório de Chico, irão se juntar a outros standards da música brasileira, como "Preconceito" e  "Ninguém me ama", de Antonio Maria e Fernando Lobo, e "Valsa de uma cidade" (Antonio Maria e Ismael Neto (compositores que amavam o Rio mesmo sendo Maria pernambucano e Ismael paraense).

Fafá morou no Rio durante anos e viveu seus primeiros grandes momentos, como cantora, na Cidade ainda Maravilhosa. Por isso, esse carinho especial pela capital fluminense e a decisão de homenageá-la num espetáculo que relembrará uma época boêmia e que evidenciava a vocação carioca de vitrine cultural do país.

"Meu Rio de muitos janeiros" , em fase ainda embrionária e no final do ano passado, foi apresentado em uma outra casa noturna e, além de belas críticas da mídia, provocou fortes emoções na plateia.

"Fafá, você está cantando com o útero", disse um fã que fez questão de cumprimentá-la no camarim. O jornalista  Luiz Carlos Lourenço (que teve a  matéria publicada na coluna  de Hildegard Angel e presenciou a emoção do admirador) além de narrar o episódio no camarim, fez questão de não economizar elogios ao show de Fafá: -" No show , Fafá de Belém provou que é uma cantora que tem como maior trunfo a sua capacidade de interpretação, revelando-se uma artista emocional, intensa, voluptuosa e que prende toda a atração do público, sempre sabendo se fazer ouvir". E, para melhorar, a matéria de Lourenço foi titulada  como "o esplêndido show de Fafá".

Com um repertório ainda mais lapidado e a inclusão de canções emblemáticas que ajudaram a embalar as noites boêmias do Rio,  o público terá motivos de sobra para acorrer ao espetáculo que a artista fará, dia  26 de abril,às 21h, no  Theatro Net Rio.
Os ingressos para o grande espetáculos custam R$ 150,00 (plateia e frisas) e R$ 100,00 (balcão)


Fafá de Belém Responde

Quando foi que passou aquele "filminho" na cabeça da Fafá, mostrando-lhe que havia nascido cantora?R: -( rsrsrs) Sempre gostei de cantar, mas não pensava em ser cantora. Um dia, um produtor me conheceu, e "plantou uma sementinha"... Me disse que deveria me profissionalizar. Ele era o Roberto Santana, um grande profissional...e resolvi escutá-lo. Dai, dois anos depois,  sai de Belém...

Você tinha algum outro projeto de vida, na adolescência, a não ser cantar ? 
R:  Sim, queria ser psicóloga. Nunca pensei mesmo em ser cantora.


Qual era o seu gênero preferido quando, como toda criança,  começou a cantar no banheiro ? 
  R:  Fui criada ouvindo tudo. Não lembro o que cantava no banheiro. Lembro das serenatas, dos saraus  em minha casa...

Alguém de sua família percebeu sua vocação para cantora ou você descobriu isso por si mesma  ?
R: Um primo meu, grande músico, um dia pediu pra eu cantar mais alto. Eu tinha 10 anos e virei a "mascote" nas serenatas da familia. E eu sempre adorava ficar por ali...era o momento dos adultos, e eu estava sempre por perto. Cantando, ficava mais fácil estar nas festas e saraus..

Você toca algum instrumento, além daquele que a gente já nasce sabendo tocar: o sino da Igreja  ?
R: Não

Você se define como uma cantora romântica, de raiz ou eclética ?
R: Sou uma mulher brasileira que gosta de cantar..Canto o que gosto, me emociona.

Entre os diversos países que visitou artisticamente, qual você considera o mais identificado com o jeito brasileiro de se expressar musicalmente ?
   R: O Brasil é único!

Você acha que os gêneros  regionais do Brasil, como o Forro, o Axé, o Frevo,  o Sertanejo, a Música Gaúcha, etc, tem algum traço de identidade em comum ?
   R: O regionalismo , a marca de seu povo.

Qual de suas músicas de grande sucesso mais marcou ao longo da carreira ?
    R: Impossivel responder... São muitas, graças a Deus.


Mesmo sendo uma artista consagrada, você ainda sente algum nervosismo ao pisar no palco ?
    R:  Claro que sim!

Sendo uma cantora de sucesso desde os chamados anos dourados da MPB, acha que a nossa música caiu de padrão nas últimas décadas ?
   R: Nao saberia te responder.

Você sofreu algum tipo de restrição para desenvolver sua arte no tempo do Regime Militar ?
   R: Não.

Como cristã, você já cantou para três Papas: João Paulo II, Bento XVI e Francisco I. Como cidadã, tornou-se ícone da redemocratização, cantando o Hino Nacional em ritmo de canção, no ritual que envolveu a notícia da morte de  Tancredo Neves. Qual dos fatos mais a emocionou, o religioso ou o político ?
  R:  São momentos distintos. Não podemos comparar

No início da carreira, você participou de programas de calouros ou concursos semelhantes ?
  R:  Não. Afinal, nem pensava em ser cantora..


          

Página Oficial da Cantora Fafá de Belém :
 http://www.fafadebelem.com.br/site/


        

Seleção de Vídeos com Interpretações com Fafá de Belém

"Vermelho" (ao vivo):


"Nuvem de Lágrimas":


 "Abandonada por você" (Diálogo e Interpretação - Cidade do Porto - Portugal):


"Meu Fado":


"Nossa Senhora":

"Ave Maria" (Fátima - Portugal):