Rádio On

Meu "Sonho Junino" em Campina Grande

Lino Tavares

Eu vivia os meus felizes dez anos de vida, na pequena Arroio dos Ratos, então distrito de São Jerônimo (60 Km de Porto Alegre), quando certa noite, em meados de junho, sonhei que uma fada havia me aparecido, dizendo que eu poderia lhe pedir tudo o que desejasse, que seria atendido. O que mais passava na cabeça da meninada, naquela época do ano, eram os acontecimentos relacionados com as festas juninas, com suas fogueiras e adereços próprios da ocasião. Pensando nisso, devo ter adormecido naquela noite predisposto a sonhar com coisas do gênero, o que deve ter me sugestionado pedir à benfazeja fada que me desse o sol, para eu fazer dele a minha fogueira; a lua, para eu soltar na noite junina como se fosse um balão, além de um punhado de estrelas, para fazer delas o arranjo de  bandeirolas de papel, que iriam enfeitar o ambiente da festa.
No dia seguinte, ao cair da tarde, peguei caderno e lápis e escrevi uns versos, inspirados no que havia sonhado, saindo um pequeno poema, que batizei com o nome de "Sonho de Menino".  Mostrei a familiares e amigos, bem como para minha professoras, que me aconselhou a guardar o "poeminha" com carinho,dizendo que, além de representar um lindo sonho de infância, ele poderia figurar mais tarde em um livro de poesias que eu viesse a escrever, que, aliás, nunca escrevi. Embora sem "acertar no alvo", a professora tinha razão. Vim a me dar conta disso onze anos depois, quando resolvi musicar o texto, transformando-o na letra de uma marcha-rancho, que compus ao violão, instrumento que eu havia aprendido a tocar "para o gasto" no ano anterior.
A música era sempre muito elogiada nas rodas de amigos onde eu a cantava, motivo pelo qual achei importante mostrá-la a alguém famoso dos meios musicais, para ter uma ideia sobre o real potencial da canção. Para isso, procurei o consagrado compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, em Porto Alegre, que exercia na época o cargo de presidente da seção regional da UBC - União Brasileira de Compositores. Pediu-me para cantá-la a capela, o que lhe bastou para captar a melodia e me dizer, sem vacilar, que se tratava de uma bela composição, colocando-se a meu dispor para encaminhá-la para registro, como garantia de direitos autorais. Claro que aceitei e, um mês depois, já tinha em meu poder o certificado de registro expedido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Quatro anos depois -  início da década de 1970 -, inscrevi o meu "Sonho de Menino" no Programa "A Grande Chance", apresentado por Flávio Cavalcanti na Rede Tupi de Televisão, tendo como intérprete uma cantora chamada Mara Rúbia, moradora do bairro do I.A.P.I., em Porto Alegre, onde nasceu Elis Regina. No dia da apresentação, faltando cerca de duas horas para o Programa começar, fui informado nos bastidores da emissora de TV que, segundo um telefonema da família, a cantora não poderia comparecer para cantar,  devido ao agravamento de uma gripe, que lhe atacara a garganta.  Ao saber disso, o pianista Adão Pinheiro, do Conjunto Flamboyant, que fazia o acompanhamento das músicas concorrentes, sugeriu-me que cantasse minha música no lugar da Mara Rúbia, para não perder a inscrição. Mesmo sabendo de minhas limitações, já que não estava ali como cantor e sim como compositor, topei o desafio e, uma vez autorizada a troca de cantores, me dirigi ao 'camarim' para' aguardar minha chamada ao palco das apresentações.
Primeiro a ser chamado, dei o meu recado, com os defeitos próprios de um cantor amador, mas mesmo assim consegui que a música fosse aprovada por cinco dos seis jurados presentes, para passar à próxima fase. De acordo com a regra do programa, o jurado que reprovasse uma música (nota abaixo de 5) teria que justificar o motivo da reprovação. O único que havia feito isso - cujo nome deixo de declinar em respeito à sua memória, já que é falecido - "pisou feio na bola" ao apresentar sua justificativa. Disse que minha música era um plágio da canção "Bandeira Branca", famosa marcha carnavalesca composta por Max Nunes,em 1970, e gravada por Dalva de Oliveira. O que esse "soldado único de passo certo" não sabia era que seria desmentido, como prova documental, pelo desconhecido compositor do que classificara como plágio. Autorizado pelo apresentador, exibi no ar o registro da minha composição que carregava no bolso, e provei a ele  que a música Bandeira Branca havia sido composta dois anos depois de a minha ter sido registrada. E falei, em tom de ironia: "nesse caso, o Max Nunes é que deve ter plagiado a minha música por telepatia, já que certamente nunca a ouviu". Luiz Vieira, o grande compositor de pérolas musicais como "Parto de ternura" e "Menino Passarinho", integrante do Júri, fez questão de recitar a letra do "Sonho de Menino", enaltecendo seu conteúdo poético e dizendo que a melodia não possuía um só compasso que se confundisse com os da "Bandeira Branca".  No início da década de 1980, a música  foi gravada em compacto simples, no Rio de Janeiro  pela Cantora gaúcha Nehite Brandolt e Coro infantil de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Neste final de maio de 2014, depois de ter embalado os sonhos de crianças e adultos, ao longo de três décadas, o meu "Sonho de Menino" acaba de ser regravado, com um novo e belo arranjo, pela talentosa cantora paraibana Eloísa Olinto, que faz sucesso no Nordeste com um repertório variado, participando de shows musicais ao lado de consagradas estrelas como Gal Costa e Elba Ramalho, tendo ficado conhecida em todo país ao participar com êxito, no anos passado,  do Quadro Mulheres que brilham, do Programa Raul Gil, no SBT. Para os que acreditam nos desígnios do imponderável, Eloísa Olinto, a nova intérprete, representa uma espécie de "fada madrinha" enviada por Deus,para lançar a música certa no lugar certo, já que,  sendo tipicamente junina, ela está sendo promovida em João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba, onde se realiza a maior Festa de São João do mundo. 
                                                    
No link a seguir, a gravação da nova versão de "Sonho de Menino", no Palco MP3 de Eloisa Olinto:

Nicole: Depois do Palco das Canções, As Passarelas da Beleza Feminina

Lino Tavares                        
Nem os familiares, nem os amigos e muito menos os fãs têm alguma dúvida de que essa garota chamada Nicole Rosembreg Pacheco teve  como 'fada madrinha', na pia batismal,  uma estrela de muita luz, que transferiu seu esplendor à 'afilhada, sob um uníssono angelical entoado na frase "ela nasceu para brilhar". 

                                      
                          O Novo Desafio
Depois de cantar com raro brilhantismo e chegar à grande final da primeira edição do Quadro Mulheres que Brilham, do Programa Raul Gil, em 2012 no SBT, onde foi contratada para shows patrocinadas pela Bombril, Nicole  foi convidada a concorrer a Miss São José dos Campos, importante cidade paulista com a qual mantém laços afetivos de familiaridade. 
            
             A Nova Miss
Sem vacilar, aceitou o convite ciente de que a voz maravilhosa que Deus lhe deu não era o atributo único com que fora generosamente agraciada pela Divindade, posto que às suas qualidades de cantora  se somam todos aqueles predicados estéticos e culturais capazes de levar uma jovem sonhadora a colocar na cabeça a Coroa de Miss. 
Vitoriosa no concurso,  ela partiu confiante  para a seletiva ao Miss São Paulo   2014,realizada dia 26 de abril,    sendo escolhida entre mais de setenta concorrentes, uma das trinta candidatas ao concurso que irá apontar, dia 9 de agosto, depois da Copa, a nova soberana da beleza paulista. 

Essa será a 59ª edição do     Miss São Paulo, tendo como local o pavilhão de eventos do Anhembi, na capital do estado. Contará com a presença de Jakelyne Oliveira e terá como apresentadora a jornalista e ex-Miss Brasil Renata Fan, nossa colega do departamento esportivo da TV Bandeirantes. 

Com certeza suas legiões de fãs,  conquistadas como cantora e como Miss São José dos Campos, estão mobilizadas para esse importante passo na carreira de sua musa dos palcos e agora das passarelas da beleza feminina, torcendo para que, nesse dia de júbilo, ela receba a faixa e a coroa que Bruna Michele, Miss São Paulo 2013, vem ostentando  orgulhosamente há cerca de um ano. 
A seguir, nosso diálogo com Nicole Rosemberg, que já nos havia concedido o privilégio de outra entrevista,  após conquistar seu espaço no cenário musical brasileiro. 

Nicole Rosemberg Responde


Quando e por que você concluiu que, além de cantora, poderia também figurar nas passarelas da beleza feminina ?
R: Na verdade foi um convite de um grande amigo e agenciador da cidade de São José dos Campos.

Depois de vê-la cantando pela primeira vez no Programa Raul Gil, comentei na mídia que se você quisesse poderia concorrer a miss. Alguém mais a incentivou nesse sentido ?
R:Você e o meu amigo Edson Gory que fez o convite  

Você já tinha concorrido em algum outro concurso de beleza, antes de ser eleita Miss São José dos Campos ?  
R: Sim, menina fantástica

Você se sente mais segura na passarela do concurso de miss ou cantando no palco?
R: Olha é uma pergunta bem difícil, sou crítica comigo em ambas as coisas e isso me traz insegurança de qualquer maneira.   

Onde você se sentiu mais tensa, no Programa Mulheres que Brilham, como cantora, ou na passarela do Concurso de Miss São José dos Campos ?
R: Nos dois, de maneiras diferentes

Você acredita que os critérios de julgamento adotados nos concursos de beleza são adequados e justos?
R: Sim 

Você acha que as meninas bonitas e sonhadoras das famílias pobres têm alguma chance de brilhar nas passarelas, como miss ou modelo?  

R: Com certeza, isso não é e espero que nunca seja algo que as impeça de conseguir realizar esse sonho!  

A eleição a Miss São José dos Campos e a seleção para concorrer a Miss São Paulo têm exigido seu afastamento, total ou parcial, das atividades de cantora, ou dá para conciliar as duas coisas?
R: Dá para conciliar sim. 

A vitória no Miss São José dos Campos representou para você uma surpresa, ou concorreu plenamente consciente dessa possibilidade?
R: Inscrevi-me consciente de que tinha possibilidades!
        
Ao ser eleita Miss São dos Campos, você passou a acreditar na possibilidade de concorrer a Miss São Paulo e se tornar vitoriosa?
R: Sim, com certeza!  

A iniciativa de entrar em concurso de Miss foi sua ou é decorrente de sugestão de pessoa de sua família ?
R: Foi minha. 

Seu namorado encara com naturalidade e incentiva esse duplo sucesso como cantora e miss, ou revela uma pontinha de insegurança ?
R: Não estamos mais namorando. Mas, por motivos pessoais.   

Que conselho você daria a uma amiga ou conhecida que lhe revelasse o desejo de ser miss ou cantora?
R: Que corresse atrás do seu sonho com garras!   

Ciente de que, além da beleza física, uma série de outros requisitos são levados em conta num concurso de miss, você está se preparando nesse sentido, para o próximo (ou próximos) desafios que vêm aí ?
R: Sim com certeza!  

Qual dos requisitos você considera mais importante num concurso de miss, beleza, cultura geral ou charme na passarela?
R: Com certeza todos juntos!

Considerações Finais  
Agradeço a você Lino por esse carinho! Quero mandar um beijo em especial pra minha torcida, meus fãs e minha família! 

Página Oficial no Facebook:

Lilian Knapp, Estrela Musical da "Constelação Anos Dourados"

Lino Tavares

Nossa entrevistada é  Lílian Knapp, cujo nome completo é Sílvia Lília Barrie Knapp, famosa cantora brasileira, carioca da gema,  que faz aniversário no dia 30 de março.


Lillian cresceu numa época em que o rádio era a grande porta de entrada para o sucesso dos que se descobriam vocacionados para a arte musical. Integrou a famosa dupla Leno e Lilian e depois seguiu carreira solo,  alcançando a marca de 500 mil cópias vendidas do disco com a música Como se fosse meu irmão,  que foi incluída na trilha sonora do longa metragem Pixote.  Pouco tempo depois tornou-se cantora de estúdio, realizando backing vocals para artistas consagrados, como Gal Costa, Alceu Valença, João Bosco entre muitos outros. Isto durou até ser convidada por Roberto Livi, para gravar um disco pela gravadora RCA com a música "Sou Rebelde"(Soy Rebelde), uma versão de Paulo Coelho, gravada em 1980, que foi seu maior sucesso , vendendo três milhão de cópias. 
Quatro anos depois, gravou o disco Lilian, vendendo cerca de um milhão de cópias.  Voltou a brilhar nas paradas com Uma música lenta, de Roberto Live e Alessandro, que teve uma vendagem próxima de 850 mil cópias. Respaldada no êxito alcançado com essas gravações bem sucedidas, Lilian conquistou o mercado fonográfico brasileiro, sendo contratada para shows em todas as regiões Brasil, bem como transpondo nossas fronteiras com apresentações na Argentina, Colômbia e  Chile.  Vários cantores de sucesso gravaram músicas de sua autoria, tais como Sandra de Sá, José Augusto, Sandy e Júnior e Zezé Di Camargo e Luciano. Em 1992, lançou o disco Lilian. Em 2000, Adriana Calcanhotto gravou Devolva-me, de sua autoria, que foi tema da novela da Globo Laços de Família. Em 2001, foi a vez do lançamento do disco Lilian Knapp. Entre suas gravações de sucesso destacam-se ainda o relançamento em 2002 de um CD de 2001, com o nome de Lilian Barrie, além de outro com a música inédita Enrosca, de Guilherme Lamounier.  

 Composições e Premiações


Além das versões que interpretou, sete delas de músicas dos Beatles, Lilian, que também é atriz, fez muito sucesso como compositora, em músicas de sua autoria como "O pica-pau" (primeiro rock feito por uma mulher no Brasil), "Eu só penso em você", "Coração gelado" e "Devolva-me" (estas três últimas, entraram em novelas da Globo). "Dovolva-me, sua composição de maior sucesso, recebeu indicação para o prêmio Multishow e ganhou dois Troféus imprensa, no SBT, como 'Melhor música' e 'Música mais executada do ano 2.000', tornando-se, como já foi dito, tema de "Laços de família", novela de grande sucesso na Rede Globo.


Atualidade Artística
    

Em 2010, Lilian Knapp participou do Programa do Jô (TV Globo), onde lançou sob muitos aplausos sua nova Banda de Rock Underground "Kynna", que formou juntamente com o marido Cadu Nolla, conceituado engenheiro de áudio e baterista. Em sua agenda de shows figuram, com relativa frequência, além de seus sucessos dos anos 60, 70 e 80, apresentações que reverenciam a época de ouro da Jovem Guarda, que teve no Rei Roberto Carlos o seu ídolo maior, Lilian está escrevendo um novo livro (autobiográfico) que é a continuação do primeiro "Como um conto de fadas", cujo título será "Sou rebelde porque o mundo quis assim". Também está gravando um EP de carreira e um CD com clássicos de Bossa Nova.


Lilian knapp respode:
Sua vocação para a música vem da infância?
R: Sim

Qual era seu gênero musical preferido na infância e na adolescência ?
R: Na infância adorava música clássica que aprendi a gostar ouvindo minha tia Helena Knapp Mira tocar no piano e vários discos de músicas clássicas que minha avó comprou para que eu e meu irmão conhecêssemos os grandes compositores clássicos. Na adolescência, bossa-nova e Beatles

Havia algum músico em sua família quando você se interessou por essa arte ?
R: Meu bisavô, que não conheci,  tocava violino;  minha tia,  como já falei, piano.

Seus pais contribuíram de alguma forma para que você se tornasse cantora ?
R: Não.

Você estudou música na infância ou na adolescência ?
R: Estudei piano... Mas pouco tempo.

Qual foi a primeira vez que você cantou em público ?
R: No clube "Radar" em Copacabana, Rio de Janeiro... cantei "Minha namorada" e "Primavera";  cantava Bossa Nova... 1965.

Você toca algum instrumento musical ?
R: Violão, mal...haha

Como foi que começou sua parceria com Leno?
R: Uma ideia do Renato Barros (Renato e seus Blue caps) meu namorado na época.

Por que a dupla Leno e Lillian se separou dois anos após ter sido formada em 1965 ?
R: Leno sempre quis cantar sozinho. Ele resolveu que era o momento.

Você ficou fora do meio artístico de 1967, quando a dupla se desfez, até 1972, quando voltou a formar dupla com Leno. A que você se dedicou nesses cinco anos longe dos palcos ? 
R: Casei (com o Márcio,  da dupla "Os Vips";  tivemos uma filha, a Priscilla Evelyn Knapp Antonucci. Me dediquei à casa e à minha filha... também fiz muitas músicas e versões.

Em 1974, a dupla Leno e Lillian se separou definitivamente e você seguiu carreira solo. Qual foi o motivo dessa mudança de rumo na carreira ?
R: A CBS, nossa gravadora , não aceitou nossa vontade de mudar um pouco o estilo da dupla e,  como não entramos em um acordo, resolvemos não gravar mais juntos. Cada um seguiu sua carreira solo desde esse ano em diante.

Tanto em dupla como na carreira solo você fez parte daquele momento efervescente dos grandes movimentos musicais,  como a Jovem Guarda, o Tropicalismo, a Bossa Nova e outros. Você se considera uma cantora típica da Jovem Guarda ?
R: Não gosto de rótulos, mas posso dizer que considero que fiz muito sucesso na Jovem Guarda.

Nos áureos tempos da jovem guarda eram comuns os boatos envolvendo relações amorosas entre artistas. Dizia-se que a maioria das cantoras da época tinha alguma atração por colegas como Roberto Carlos, Erasmo "Tremendão", Wandeley Cardoso, Jerrey Adriani e outros. Você se sentiu atraída alguma vez por algum daqueles "galãs dos palcos" ?
R: Antes de lançarem o programa "Jovem Guarda", que deu nome ao movimento, eu conheci e comecei a namorar o Renato (Blue Caps) e, depois que terminamos, me casei com o Marcio (Vips); assim que ....

Você viveu o apogeu de sua carreira durante o Regime Militar. Era difícil ser artística naquela época, como dizem hoje, ou o clima de maior segurança existente naquele tempo até facilitava a vida de cantor, proporcionando tranquilidade para a realização dos shows?
R: Nós éramos muito crianças (14, 15 anos) e não participamos muito dos problemas de censura... Nossas músicas eram de amor... Mas, vimos como o pessoal da bossa-nova sofria com a censura.

Qual foi o maior sucesso da dupla Leno e Lillian ?
R: O nosso primeiro compacto simples,  que do lado A trazia "Devolva-me" e,  do lado B, Pobre menina (Hang on sloopy).

De todas as músicas que gravou solo e em dupla, qual a que mais marcou sua carreira ?

R: Como cantora, "Sou rebelde",  meu 1º disco de ouro (3 milhões de cópias vendidas) e,  como compositora,  "Devolva-me", regravada pela Adriana Calcanhotto .

Mesmo sendo uma cantora experiente com muitos anos de estrada, você ainda sente algum nervosismo ao pisar no palco ?
R: Não.... Nunca senti esse tipo de nervoso.. sempre adorei estar no palco... nasci pra isso...

Como você classifica o nível musical brasileiro destes primeiros anos do século 21 ?
R: Acho que cada um tem um gosto e gosto não se discute.

Que análise você faz da Música gospel; acha que é uma manifestação de fé ou mero interesse comercial ?
R: Acredito que seja uma manifestação de fé...

Você participou alguma vez de programa de calouros ou concurso do gênero ?
R: Não.

Além de cantora, você é também compositora. Já participou de algum festival de música ? 

R: Não.

Qual é a música de sua autoria de maior sucesso ? 
R: Devolva-me. 

Na ausência dos grandes festivais, como os que existiam no século passado, você acha possível a um cantor principiante alcançar o sucesso sem dinheiro para se promover no rádio e na televisão ?
R: Como era.... sinceramente não..... mas, agora temos a internet... :))

Considera satisfatório o apoio dispensado pelo governo, através do Ministério da Cultura, para o desenvolvimento musical do país ?
 R: É um pouco complicado de se conseguiresse apoio.

Qual, na sua opinião, é a maior canção brasileira de todos os tempos ?
R:  São muitas lindas canções.....

Você acredita que a Copa que vem aí, mesmo com a gastança desenfreada em infraestrutura e estádios, poderá deixar alguma margem de lucro para o Brasil, ou vai ser uma conta a mais para a gente pagar ?
R : Acho que agora que já está tudo aí,temos que fazer dar certo e valer o sacrifício do que foi gasto.

Numa avaliação de zero a dez, que nota você daria para o os governos eleitos na nova democracia que sucedeu o Regime Militar ?
R: Nossa política é uma coisa muito complicada... Acho que teria que começar do zero. Mudar tudo pra ver se melhora ...mas como isso é utópico.... penso em sair do Brasil.
    
Bate bola com Lilian Knapp





Uma doce recordação ?   O nascimento de minha filha Priscilla Evelyn

Pessoa mais importante na sua vida ?   Cadu Nolla (meu marido)

Um grande amor ?   Minha carreira musical
    .
Viagem inesquecível ?   A Londres (Inglaterra), onde nasceu meu avô.
   
Momento da vida mais importante ?   Quando nasci...haha

Algo para esquecer ?   A horrível tristeza e dor .... que pesano coração... cada vez que uma pessoa querida vai embora para sempre... :((
   
Sonho realizado ?   De ser artista.
    
Uma decepção ?   Não lembro de nenhuma... Que ótimo...:))
    
Surpresa agradável ?   Meu primeiro Disco de ouro "Sou Rebelde"
    
Superstição ?   Sempre bato na madeira 3 vezes pra isolar qualquer mau pensamento e não passo por baixo de escadas.
    .
Cor preferida ?   Violeta.
   
Número de sorte ?    3 (três)
   
Prato preferido ?   Frango ao curry. (feito pelo Cadu)
    
Principal hobby ?   Adoro pintar (a óleo).
   
Time do coração ?   No Rio,  Botafogo e,  em São Paulo,  faço parte do 'bando de loucos' do Timão, Corinthians..
    
Cantor ou cantora nacional ?   Elis Regina
   
Cantor ou cantora internacional ?   Cat Stevens
    
Ator ou atriz nacional ?   Pessoal da "Porta dosfundos".
   
Ator ou atriz internacional ?   James Dean
    
Personalidade brasileira?   Joaquim Barbosa
   
Personalidade estrangeira ?   Presidente Barack Obama

Projetos na carreira ? Estou escrevendo um novo livro (continuação do 1º), um EP de carreira e um CD de clássicos de Bossa Nova., um show de músicas de sucesso com a banda Oldies mobile e um show com sucessos das 3 duplas mais importantes da Jovem Guarda, com Deny (Deny e Dino),  Ronald Vip (Os Vips) e eu (Leno e Lilian).


Considerações finais:

Agradeço a você (Lino Tavares) a oportunidade e mando bjins a todos os que nos acompanham a tantos anos e aos que estão nos conhecendo agora também. (Lilian knapp)

Contatos profissionais para Shows de Lilian Kanapp:   



Vídeos com Interpretações musicais de Lilian Knapp

Sou Rebelde '99 (Lilian)





Vai voltar (Lilian)
Devolva-me (Lilian)
Lilian canta na novela Ana Raio e Zé Trovão

Um Adeus ao "Charles Chaplin" da MPB"

Lino Tavares

Assim não vale. Enquanto a Europa leva nossos craques para o lado de lá do Atlântico, a morte sorrateira carrega os nossos ícones dos meios artísticos para aquele Plano desconhecido que sequer imaginamos como é e onde fica. Agora quem "se mandou para lá" foi o mestre da alegria nos palcos, Jair Rodrigues, que que um dia nos ensinou a passar por cima das maledicências, cantando "Deixa que digam,  que pensem, que falem. Deixa isso pra lá, vem pra cá, o que que tem?  Eu não estou fazendo nada, Você também. Faz mal bater um papo,  assim gostoso com alguém?"

JUNTOS OUTRA VEZ NO INFINITO

                      

O maior legado que Jair nos deixou foram os bons exemplos de sua trajetória artística e pessoal, ensinando na escola da vida a arte de estar alegre e fazer a alegria dos outros, onde e como quer que estivéssemos. Assisti-lo na TV ou ao vivo, no palco, era quase a mesma coisa, pois quando a gente não ia ao local onde se apresentava,  ele vinha até onde a gente estava, transpondo a telinha e penetrando nos lares com aquela magia de "Charlie Chaplin da MPB", que só ele possuía. Com o respeito que me merecem os magnos do samba de todas as épocas, nenhum deles - nem mesmo Noel - conseguiu interpretar esse gênero musical genuinamente brasileiro com o esplendor de Jair Rodrigues, que o destacava no palco, tornando a melodia que expressava, por mais bela que fosse, mera coadjuvante de um embalo rítmico contagiante, que se constituía num convite irrecusável para "cair no samba".
Dizer que Jair era perfeito na arte de cantar é pouco. Ele era mais que perfeito, porque seu canto transcendia o lugar comum expresso pelo termo. Na verdade ele era um espécie de porta-voz do samba, sempre vestindo-o com a  indumentária de um mágico capaz de "ludibriar" (no bom sentido)  todos quantos se atrevessem a tentar permanecer estáticos, alheios ao mínimo gingar, diante de suas performances de palco marcadas pela interatividade constante configurada numa forma sui generis de dialogar cantando. O que Jair mais gostava, nos seus shows ao vivo, era descer os degraus do palco iluminado e penetrar "no escurinho da plateia", para ali cantar frente a frente com um ou outro espectador, como a dizer "eu não sou aquele ser intocável que você imagina quando estou lá em cima. Eu sou você mesmo cantando para mim no lugar onde você está".
Do alto de sua versatilidade - atributo que possuía como poucos - Jair Rodrigues "pediu licença ao samba" e foi cantar "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros, no Festival da Canção de 1966, conferindo à exitosa apresentação um potencial competitivo, que a levou ao empate com  "A Banda", que fazia despontar no horizonte da MPB o talento emergente de Chico Buarque de Holanda.  Na sua vasta e variada discografia figuram álbuns inesquecíveis como Vou de samba com você, Dois na Bossa (que alavancou a carreira da fantástica Elis Regina entre 1964 e 1967) , Festa para um rei negro, Orgulho de um sambista, Eu sou o samba, Pisei no chão, Antologia da seresta, Carinhoso, Lamento sertanejo, Viva o meu samba e tantos outras. Entre seus sucessos mais recentes, figuram A Nova Bossa (2004), Alma Negra (2005) e Festa Para Um Rei Negro (CD e DVD - 2009). Como os grandes artistas de sua época, brilhou ao vivo no Olympia de Paris, em 1975.
Jair Rodrigues nasceu no dia 6 de fevereiro de 1939, na cidade paulista de Igarapava. Era casado com Clodine Melo, com quem teve os filhos Jair Oliveira e Luciana Melo, ambos  herdeiros da verve artista do pai, fazendo carreira na arte musical. No fecho desse texto que lhe é dedicado, fica essa frase tirada de um trecho de um de seus sambas mais famosos, para espantar a tristeza de sua perda, algo que ele pediria mandar para bem longe, mesmo na hora derradeira de sua partida: "Tristeza, por favor vá embora, a minha alma que chora, está chegando o meu fim..."  E para lembrar o momento mais apoteótico de sua iluminada carreira, o vídeo da interpretação da "Disparada", no Festival da Canção. 

Dipararada -  (Jair Rodrigues)